A renovação dos lotes que incluem o edifício com o número 68, em frente ao bar Mau Feitio, visa criar habitação para arrendamento, em diversas tipologias, e é uma espécie de pontapé de saída.
No centro histórico de Leiria, a agência de mediação imobiliária Twelvesquare tem atualmente algumas dezenas de imóveis em carteira, disponíveis para comercialização e reabilitação.
Desde áreas pequenas (25 metros quadrados) até outras com mais de mil metros quadrados, o que significa investimentos iniciais que variam entre 35 mil euros e quatro milhões de euros.
A maior parte dos edifícios estão vazios e pertencem a mais do que uma pessoa, sobretudo herdeiros. O trabalho da agência consiste em fazer a ponte entre os proprietários e o mercado, atraindo investidores e interessados na ocupação do espaço, trate-se de particulares (para residir) ou empresas e profissionais liberais (para trabalhar). Os dossiês contemplam propostas de obra e de negócios, bem como instrumentos de financiamento.
O modelo de intervenção no centro histórico que está a ser desenvolvido desde 2011 pela Twelvesquare, em parceria com três gabinetes de arquitetura, tem por objetivo fixar moradores na zona mais antiga da cidade, quer mantendo a população atual quer atraindo outros residentes.
Para tanto, baseia-se em habitação própria ou para arrendamento, além de novos espaços de turismo e comércio. Fonte da Twelvesquare lembra que alguns milhares de pessoas abandonaram o centro de Leiria nos últimos anos, conforme está documentado em vários levantamentos.
Neste conjunto de ideias para aquela área crítica, os responsáveis da agência consideram que é essencial “melhorar e modernizar o comércio” e ter “duas ou três âncoras” que possam atrair clientes para toda a malha comercial.
A ligação do turismo ao património histórico e cultural – aproveitando, por exemplo, as informações sobre a judiaria, a obra literária de Eça de Queiroz e o percurso do historiador José Hermano Saraiva, nascido em Leiria – também é vista como fundamental.
Próximos passos: atrair investidores e construtores capacitados para a reabilitação. A possibilidade de recurso a financiamentos comunitários – nomeadamente, a iniciativa Jessica – está a ser trabalhada.
(Notícia publicada na edição de 27 de fevereiro de 2014)