Carreiras recheadas de troféus e conquistas. Carlos, Vânia e João Paulo atingiram um dos pontos altos dos seus percursos desportivos há dez anos, quando os Jogos Olímpicos (JO) voltaram a casa: Atenas. 2004 significou também o regresso de leirienses às olimpíadas, depois de Raimundo Santos, em Barcelona 92.
Presidente do Clube de Judo Dragão de Leiria – o mais antigo do distrito nas artes marciais -, Carlos Duarte já deu praticamente a volta ao mundo como árbitro internacional. É o único juiz olímpico em Portugal. Sidney, em 2000, só lhe escapou devido a um erro administrativo, mas em Atenas esteve numa final.
“Fui o árbitro da final em menos de 100 kg. Eram 25 árbitros de todo o mundo e só 14 arbitraram finais. Felizmente fui um deles. Uma final dos JO não é qualquer coisa”, recorda.
Como árbitro, Carlos Duarte tem um palmarés invejável: esteve em quatro mundiais no escalão sénior e jogos paralímpicos. No entanto, foi Paris que mais o marcou, “porque tem o melhor torneio do mundo”, onde já esteve 13 vezes. “Foi lá que fiz o exame para árbitro de nível mundial e onde disputei o primeiro Campeonato do Mundo”.
Na última década, Vânia Silva foi a três Jogos Olímpicos e nem as lesões abrandam o seu ritmo. A última conquista foi o 10º (sim, leu bem) campeonato nacional consecutivo no lançamento do martelo. Nem uma lesão num pé deteve a recordista de Portugal: lançou 60,44 metros.
“Sempre dei tudo o que tinha. Dedicação nunca me faltou. Algumas vezes com resultados, outras nem por isso”. A presença em Atenas foi a concretização de um sonho, mas saiu desiludida. “A organização era muito má. Fiquei desapontada. Comparando com o que tinha visto de Sidney e agora com Pequim e Londres, Atenas tinha tudo para ser o local de excelência dos Jogos. Mas não foi”, lamenta.
As baterias estão agora direcionadas para 2016. Vânia quer pisar o calçadão do Rio de Janeiro. Para isso vai lutar por (mais) uma presença histórica. “Tenho que ser realista: nessa altura terei 36 anos… Mas vou fazer tudo para estar lá”.
Objetivos diferentes terá João Paulo, futebolista que assinou contrato esta época, com o Apollon Limassol, do Chipre.
O central, de 33 anos, fez carreira na União de Leiria e foi nessa passagem pelo clube da terra que chegou aos JO. “É uma ocasião única. É a concretização de um sonho de criança”, admitiu, em 2004, ao REGIÃO DE LEIRIA.
No percurso seguiram-se Sporting, FC Porto, Le Mans, Rapid Bucarest e Vitória de Guimarães, até chegar ao campeonato cipriota, em 2012, com o Omonia. O REGIÃO DE LEIRIA tentou falar com João Paulo mas o jogador já se encontra a preparar a próxima época.
A caminhada para Rio 2016 já está em marcha. No ciclismo, por exemplo, o campeão nacional de XCO, David Rosa, soma pontos para garantir o bilhete. No atletismo, Vânia Silva, Irina Rodrigues e companhia procuram em todos os lançamentos um novo recorde. Em Londres 2012, a região contou com cinco atletas em competição, o máximo alguma vez alcançado. Será que essa barreira será ultrapassada no Brasil?
Marina Guerra
marina.guerra@regiaodeleiria.pt
Tuna Caranguejeiro
(Notícia publicada na edição de 7 de agosto de 2014)