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Produtores de Maçã de Alcobaça vão colher 500 milhões de frutos

Produção normal face ao histórico recente da atividade, que está concentrada no litoral oeste, rende 50 milhões de euros por ano e vale 2.500 empregos diretos.

Arrancou a colheita de Maçã de Alcobaça, estimando-se que a campanha 2014 possa atingir 500 milhões de frutos, uma produção normal em comparação com o histórico recente.

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Depois da colheita nos pomares, a fase de comercialização vai prolongar-se até julho do próximo ano

De acordo com a Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA), a atividade rende 50 milhões de euros por ano e dá emprego a 2.500 pessoas, incluindo 200 licenciados em engenharia agrícola e alimentar.

O presidente da APMA, Jorge Soares, explica que o acréscimo de dois a três por cento esperado na campanha 2014 resulta da instalação de novos pomares.

“O facto de termos tido um ano com menos calor proporcionou qualidade muito boa de coloração e sabor”, acrescenta, explicando que também em termos de calibre há esforços adicionais dos produtores.

“O tamanho superior à média permite um escoamento mais valorizado e atingir mercados que querem maçã grande, como por exemplo o Brasil, em complementaridade com o nosso mercado tradicional de exportação, que prefere frutos mais pequenos, que é o mercado inglês e irlandês”, afirma.

Do total de Maçã de Alcobaça produzida anualmente, 10% segue para o estrangeiro. O sector prepara-se para apostar mais nos canais externos.

“Na última década, trabalhámos para reconquistar o mercado nacional e substituir importações, agora, com algum crescimento de produção, e o investimento significativo que se está a fazer, precisamos dentro de cinco anos de exportar 20% da produção, sobretudo para novos mercados como o Brasil, mercado árabe e norte de África”, refere Jorge Soares.

Graças às modernas técnicas de conservação, os produtores vão fornecer o mercado até julho de 2015, o que significa o acesso dos consumidores a fruta certificada durante quase todo o ano. O início do processo de conservação, preparação e transformação dá origem não apenas à venda em fresco nos supermercados, mas também a uma variedade cada vez maior de produtos derivados, que absorvem 10% dos frutos.

O universo representado pela APMA reúne 14 agrupamentos e cerca de 1.000 produtores distribuídos por concelhos dos distritos de Leiria, Lisboa e Santarém.

A área de produção protegida da Maçã de Alcobaça corresponde ao território conhecido por Coutos de Alcobaça, criado por Dom Afonso Henriques.

De acordo com a APMA, os monges de Cister ocuparam durante séculos estes terrenos e existem registos de exportação desde essa época.

Além dos concelhos iniciais de Alcobaça, Nazaré, Óbidos, Caldas das Rainha e Porto de Mós, a área de produção protegida da Maçã de Alcobaça foi alargada a Batalha, Bombarral, Cadaval, Leiria, Lourinhã, Marinha Grande, Peniche, Rio Maior e Torres Vedras.

Variedades e produtos

9 variedades são abrangidas pela denominação Maçã de Alcobaça, que está defendida através da certificação e se refere às caraterísticas da região, com condições para produzir frutos de elevada qualidade: Casa Nova, Golden Delicious, Red Delicious, Royal Gala, Fuji, Granny smith, Jonagold, Reineta e Pink

20 produtos, além da fruta fresca, são apresentados no site da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça: da fruta fatiada no McDonald’s aos sumos Copa, passando por tartes, purés, bolos rei, licores, marmeladas, brigadeiros, folares e outros derivados que utilizam a Maçã de Alcobaça como ingrediente

Cláudio Garcia
claudio.garcia@regiaodeleiria.pt

(Notícia publicada na edição de 4 de setembro de 2014)

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