Chama-se “Lago dos Tubarões”, o programa onde empresários com provas dadas apostam em novos projetos ou ideias de negócio, e está a chegar a Portugal, mas não é só na televisão que se fecham contratos, também em Leiria há empreendedores e investidores que atacam o mercado em parceria.
Três exemplos, três perfis: Jorge Santos (presidente da NERLEI) é acionista de capital de risco, Joaquim Menezes (líder do Grupo Iberomoldes) preside ao clube de business angels da Marinha Grande e António Poças está envolvido em participações financeiras fora do core business da ínCentea, de que é administrador.
Cada vez mais comuns na economia portuguesa, as expressões capital de risco e business angels denominam o mix de dinheiro, contactos e orientação que chegam às empresas numa fase embrionária e que constituem uma alternativa de financiamento para iniciar, reforçar ou alavancar o negócio.
Com uma pequena participação na Busy Angels, Jorge Santos procura “diversificar investimentos e apoiar projetos inovadores”, fornecendo capital, conhecimentos e suporte de gestão. “Há dois aspetos que temos de conjugar: o grau de inovação e o potencial de mercado. Outra coisa muito importante é a capacidade dos empreendedores. Se não houver resiliência, projetos bem elaborados podem não ir em frente”, refere.
Segundo António Poças, “o mercado do capital de risco está muito mais maduro, mas por vezes não consegue casar o dinheiro com as ideias porque as pessoas não falam a mesma linguagem ou porque os projetos não são apelativos para os investidores”.
Sem interesse em investir fora da estratégia do Grupo, a ínCentea Capital apostou apenas em três empreendedores com os quais existem laços de proximidade.
É o caso de Cristóvão Martins, colaborador da ínCentea que detém a marca iSmokeBio, de cigarros eletrónicos e líquidos biológicos para fumadores.
Com 16 postos de trabalho, a iSmokeBio exporta 90% da produção para França. Tem por visão ser fabricante, fornecer o retalho, e continua à procura de investidores: para atacar novos mercados no estrangeiro, inovar e reforçar a capacidade de produção.
Entretanto, na Marinha Grande funciona há oito anos o único clube de business angels da região, com oito associados, na sede da incubadora de empresas Open. De acordo com Joaquim Menezes, há projetos apoiados, mas a iniciativa mantém-se numa fase embrionária, sobretudo por incapacidade para encontrar os candidatos certos. “Temos tido muitas dificuldades porque não há ideias razoáveis e muitos dos empreendedores que nos aparecem têm uma ideia gira, mas falta-lhes convicção e solidez”, explica.
Cláudio Garcia
claudio.garcia@regiaodeleiria.pt