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Postos de carregamento elétrico em Pombal têm maior procura na região

Nos 20 postos de carregamento de carros elétricos existentes em Leiria, Caldas da Rainha, Óbidos e Pombal foram registados 1.702 carregamentos em quatro anos.

No distrito, nos 20 postos de carregamento de carros elétricos existentes em quatro concelhos – Leiria, Caldas da Rainha, Óbidos e Pombal (área de serviço da A1) – foram registados 1.702 carregamentos equivalentes a um consumo total de 13,36 mWh, entre 2011 e 21 de março de 2016.

Segundo dados colhidos pelo REGIÃO DE LEIRIA junto do MA, os maiores consumos referem-se aos dois postos de Pombal situados nas áreas de serviço da A1.

_MG_9743Em 2015, foram ali consumidos 2.700 kWh, enquanto oito dos 11 postos localizados em Leiria forneceram “apenas” 2.472 kWh.

Entretanto, a utilização de energia elétrica para a mobilidade disparou em 2016, como demonstra o consumo registado no distrito nos primeiros três meses, com particular incidência em Pombal (4.242 kWh). Já em Leiria o aumento não foi tão significativo, havendo registo de carregamentos em apenas seis postos, até março, e um consumo de 1.295 kWh.

A indisponibilidade de vários postos, alguns por avaria ou falta de leitura do visor, contribuirá para esse resultado.

No site dedicado à mobilidade elétrica é possível verificar a disponibilidade dos postos e planear viagens, sendo que, em muitos casos, o estado de funcionamento é “desconhecido”. Mas segundo Henriqueta Confraria, detentora de Volkswagen Up, “não é fiável”, havendo apenas dois pontos a funcionar em Leiria: junto à Câmara e às piscinas municipais.

Jorge Novo, morador na Batalha e ex-vereador da autarquia, confirma a existência de deficiências na rede pública de carregamentos, ele que comprou um carro elétrico o ano passado mas prefere abastecer em casa, onde instalou painéis solares e vende energia à rede pública.

Ao REGIÃO DE LEIRIA, adianta que a maioria dos pontos em Leiria não funciona e que é frequente encontrar carros não elétricos estacionados junto aos postos.

De resto, afirma-se satisfeito com o investimento realizado, com o rendimento do carro – que considera “espetacular” – e com o seu contributo em termos ambientais. “Foi mesmo a minha maior preocupação. Sinto-me mais livre de andar de carro”, revela.

“Cerca de 95% das viagens que faço são entre Leiria e Batalha. Já fiz 15 mil quilómetros e compensa porque nunca mais precisei de meter combustível”, acrescenta, referindo que os incentivos do Governo à compra de veículos elétricos eram, o ano passado, “razoáveis”. A par do subsídio que rondou os 4.500 euros, aproveitou uma promoção do concessionário, tendo poupado no total cerca de nove mil euros.

De resto, está isento do pagamento do Imposto Único de Circulação e do Imposto sobre Veículos.

Já Henriqueta Confraria, residente em Leiria, “deu” um carro à troca, abateu outro e aproveitou uma campanha do concessionário e o apoio do Estado para comprar um elétrico, por cerca de 15 mil euros.

Procurava então uma alternativa aos carros poluentes e à dependência dos combustíveis fósseis “que são limitados”.
Quanto ao futuro pagamento dos carregamentos, concorda, desde que impliquem uma manutenção dos pontos de abastecimento bem como o alargamento da rede a nível nacional, que considera ainda insuficiente. Não rara a vez, nomeadamente em deslocações a Lisboa, vê-se obrigada a andar às voltas para encontrar pontos que funcionem ou a aguardar que outros automobilistas terminem o carregamento.

Em Leiria, Henriqueta Confraria defende ainda que os lugares destinados ao abastecimento dos carros elétricos sejam delimitados com traços amarelos para impedir o estacionamento abusivo.

Incentivos à aquisição
Além do pagamento futuro dos carregamentos, medida que deverá entrar em vigor no final do ano, anunciam-se outras novidades, como a atribuição de um apoio de 2.250 euros como incentivo à aquisição de veículos elétricos para os primeiros mil veículos, sem condição de abate de veículo em fim de vida. A medida consta, segundo o MA, da proposta de Orçamento de Estado para 2017.

O MA anuncia ainda a intenção de completar a segunda fase da rede piloto Mobi.e até ao final de 2018, estendendo-a a todos o território nacional com “a instalação de 404 pontos de carregamento semirrápido nos municípios que não disponham de rede de carregamento pública”. Para o efeito, espera contar aguarda do PO SEUR financiamento para um investimento de 2,6 milhões de euros.

No distrito, existem 20 postos com um total de 50 pontos de carregamento (tomadas).

Embora não haja dados quanto ao número de detentores de veículos elétricos no distrito, sabe-se que até 21 de março de 2016, 335 clientes carregaram por cá as suas baterias.

Martine Rainho (texto)
martine.rainho@regiaodeleiria.pt
Joaquim Dâmaso (foto)
joaquim.damaso@regiaodeleiria.pt

(Artigo publicado a 2 de dezembro de 2016 e editado a 9 de fevereiro de 2017)

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