Ventos na ordem dos 80 km/h deverão começar a sentir-se hoje, quarta-feira, ao final da tarde. Para amanhã, quinta-feira, a tempestade que já se sente nos Açores, deverá chegar com mais intensidade e as ondas podem atingir os 14 metros de altura.
O distrito de Leiria está sob alerta laranja que, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), corresponde a uma situação meteorológica de risco moderado a elevado, devido ao vento e agitação marítima. E a previsão indica que deverá evoluir para alerta vermelho, com risco extremo, na tarde de amanhã, com ondas de noroeste, que podem atingir os 12 a 14 metros de altura.
Este aviso começa por ser amarelo a partir das 8 horas de quinta-feira e passa a laranja pelas 12 horas e às 14 horas passa a vermelho, prolongando-se até às 00 horas de sexta-feira.
A Proteção Civil lançou um aviso à população devido ao agravamento do estado do tempo previsto para as próximas 48 horas, alertando para a possibilidade de cheias rápidas em meio urbano, inundações, estradas escorregadias e possível queda de árvores.
Na nota enviada à comunicação social, a Autoridade Nacional de Proteção Civil referiu que “eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado”, recomendando comportamentos e medidas preventivas “em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis”, entre os quais a desobstrução de sistemas de escoamento de águas pluviais, não atravessar zonas inundadas, para evitar o arrastamento de pessoas e viaturas, uma condução defensiva, sobretudo em caso de neve ou formação de lençóis de água ou garantir a fixação de estruturas soltas, como andaimes.
A Proteção Civil desaconselha ainda a circulação e permanência junto a zonas arborizadas, junto à zona costeira, e apela a que não se pratique qualquer atividade relacionada com o mar.
Mais de 1.500 civis e militares da Marinha Portuguesa e da Autoridade Marítima Nacional vão estar envolvidos na monitorização, prevenção e salvamento durante a tempestade que vai atingir a costa portuguesa a partir de hoje, quarta-feira.
Segundo o comandante naval, vice-almirante Gouveia e Melo, que deu terça-feira uma conferência de imprensa para fazer o ponto da situação, as condições adversas no mar são comparáveis à tempestade “Hércules”, que, em 2014, provocou ondas de grande dimensão que atingiram primeiro os Açores e, posteriormente, Portugal continental, e provocou vários estragos nas praias da região.
“É comparável a tempestades que já aconteceram (como a Hércules em 2014). Estamos cada vez mais a ver passar mais a sul este tipo de ciclones, atingindo os Açores e o norte da Península Ibérica”, disse.
Neste caso, “é uma baixa pressão cavada e a seguir verificamos mais duas que se estão a unir”, disse.
Recorde algumas fotografias captadas na região em janeiro de 2014 pelo fotojornalista Joaquim Dâmaso, na sequência da passagem da tempestade Hércules.