Sete homens e uma mulher foram detidos ontem, terça-feira, pela Polícia Judiciária de Leiria por suspeita de tráfico e viciação de veículos automóveis. A atividade do grupo tinha o seu epicentro em Caldas da Rainha e Leiria.
A operação “Gália”, levada também a cabo em Loures, Lisboa e Cascais, resulta de uma investigação iniciada em novembro de 2015 pelo Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ e contou com o apoio da Agência da União Europeia de Cooperação Policial (Europol).
A investigação permitiu ainda apreender 16 automóveis de gama média/alta que foram furtados ou obtidos de forma fraudulenta noutros países europeus, nomeadamente em Espanha, Bélgica, Itália e Suíça, e introduzidos em Portugal onde foram objeto de “legalização fraudulenta” ou viciação.
Os veículos eram posteriormente colocados à venda no mercado de usados, “por via virtual, através de contactos presenciais ou em stands de automóveis”.
“O objetivo deste grupo de largo espetro internacional era a obtenção de lucro através da comercialização destes veículos automóveis nos mercados nacional e internacional”, havendo registo de “exportações para os continentes africano e asiático”, explicou António Sintra, coordenador da PJ de Leiria, em declarações à imprensa.
Os oito detidos, com idades entre os 28 e 43 anos, estão “fortemente indiciados pela prática de crimes de furto qualificado, falsificação de documento, recetação, burla qualificada e associação criminosa”, e dois deles por suspeita de tráfico de droga e posse de armas proibidas .
Além da falsificação dos documentos dos carros, o grupo alterava as suas características identificativas, como o número de identificação do veículo e chapas de matriculas, para “subsequente legalização e comercialização em território nacional ou exportação para os continentes africano e asiático”, acrescentou o responsável.
Nesta operação, a PJ não detetou casos de furto em Portugal, mas alguns dos automóveis foram recuperados depois de terem sido comprados por “pessoas de boa fé” que ficaram “prejudicadas em somas consideravelmente elevadas”.
António Sintra aproveitou para deixar um alerta aos potenciais compradores de veículos usados importados no sentido de se rodearem “do maior número de cautelas de modo a evitar serem atingidos pelas atividades desses grupos que atuam em Portugal e noutros países europeus”.
Com esta operação, o grupo “foi desarticulado na totalidade”, adiantou ainda António Sintra, referindo que, entre os arguidos, estão empresários, comerciantes de automóveis, um engenheiro e um mediador de seguros, alguns dos quais com antecedentes criminais relacionados com outro tipo de crimes.
Os detidos foram levados hoje a tribunal para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
Martine Rainho
martine.rainho@regiaodeleiria.pt
Joaquim Dâmaso (Fotografias)
joaquim.damaso@regiaodeleiria,pt
Nuno Santos disse:
Notícias sem os nomes dos vigaristas, existe mais comercio na região que fica em cheque, ficava bem colocar os nomes, porque não ajuda ninguém e prejudica outros