Arlindo Lisboa está irredutível e interditou esta manhã o acesso a todos os campos de ténis e padel Foto: Joaquim Dâmaso
O Clube Escola de Ténis de Leiria (CETL) foi hoje obrigado a suspender a sua atividade depois de o proprietário de um dos terrenos onde o equipamento foi construído ter barrado o acesso aos campos com uma nova rede.
Arlindo Lisboa, sócio-gerente da empresa Moniz&Ribeiro, que mantém há anos um diferendo com a Câmara de Leiria sobre um acordo de permuta de terrenos celebrado aquando da execução do programa Polis, cumpriu hoje o que prometeu no início desta semana, alegando que a sua paciência atingiu o limite.
As reuniões realizadas entre as partes revelaram-se infrutíferas, apesar de Raul Castro, presidente da Câmara de Leiria, ter referido na passada terça-feira, que as negociações estavam a decorrer, que o queixoso apresentou uma uma nova proposta e que aguardavam a nomeação de um perito do tribunal para proceder à sua avaliação.
Com os acessos aos campos interditados, o CETL, que conta com cerca de centena de meia de praticantes e alunos, viu-se obrigado a suspender sine die todas as aulas. Está ainda impedido de regar os campos como o fazem diariamente para evitar que sequem com a ação do vento.
Ao REGIÃO DE LEIRIA, Arlindo Lisboa explica que a decisão surge como consequência de uma sucessão de reuniões com o município, sempre inconclusivas. A última reunião aconteceu dia 22 de setembro. “Já tínhamos feito dez ou 12 reuniões, sem evolução e consensos”, diz.
“Queria resolver a questão antes das eleições e no dia 22 fiz uma proposta ao município: entregava 20.310 metros quadrados de terreno por 500 mil euros e readquiria os lotes com o índice de construção da minha área por 700 mil euros”, explica. “Dava uma valia [ao município] de 200 mil euros”, adianta.
Arlindo Lisboa adianta que avisou que precisava de uma resposta a esta proposta até às 16 horas da última segunda-feira: “não me responderam”, lamenta. “Caso o presidente da Câmara ganhe as eleições não deixo ninguém ir para o terreno, a não ser que haja força judicial, mas só me travam se me prenderem”, avisa. “Quero defender com unhas e dentes o que é meu”, acrescenta. “A partir de agora, tudo pode acontecer”, refere, ele que em dezembro passado cortou várias árvores na envolvente ao complexo de ténis, situado junto ao parque radical de S. Romão, barrando com troncos dois dos acessos ao público, um dos quais a partir da “ponte sofá”, sobre o rio Lis.
Em janeiro, voltou a cortar árvores. Meses depois dividiu os campos com uma rede, que acabou por retirar para não prejudicar a atividade do clube, enquanto retomavam as negociações com a Câmara. Em agosto, passado, colocou mais troncos para impedir de novo o acesso aos campos de padel. Nesse dia, Raul Castro, presidente da Câmara de Leiria, deslocou-se ao local e ambos acordaram voltar a reunir para tentar chegar a acordo.
Armando Soares, vice-presidente da direção, confirma a receção de um email de Arlindo Lisboa na terça-feira avisando de que a atividade do clubre ficaria interrompida a partir de hoje, mas admite que estavam na expetativa de que não concretizasse a ameaça.
Aquando da abertura do clube, cerca das 9 horas, a PSP foi chamada ao local tendo tomado conta da ocorrência.
O REGIÃO DE LEIRIA tentou obter um comentário por parte da Câmara sobre o assunto, tendo Raul Castro remetido declarações para o meio da tarde.
(Leia aqui a notícia com as declarações do presidente da Câmara sobre este novo impasse)
MR/CSA
Anónimo disse:
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