É homem, empresário, de 52 anos de idade e concorre por um dos maiores partidos portugueses (PS ou PSD). Este é o perfil médio do candidato à presidência das câmaras da nossa região.
Este retrato é alcançado com a análise do perfil de todos os 83 candidatos à presidência dos 17 municípios que compõem a nossa região (composta pelos concelhos do distrito de Leiria e pelo concelho de Ourém).
Contudo, a análise enfrenta um problema – que aliás é comum nas médias aritméticas – nem sempre a média tem correspondência na realidade. Neste caso, na região não existe nenhum candidato que encaixe exatamente no perfil médio.
Aliás, nas últimas eleições autárquicas, em 2013, nenhuma mulher foi eleita para a presidência de qualquer município da região, ainda que algumas tenham tentado. E a pouco mais de um mês das eleições autárquicas, apenas a câmara de Alvaiázere é liderada por uma autarca. Trata-se de Célia Marques, arquiteta de 38 anos de idade, que assumiu a presidência em abril de 2015, depois da renúncia do presidente eleito, Paulo Tito Morgado e é agora candidata ao lugar pelo PSD.
É um universo esmagadoramente masculino: apenas 13 dos 83 candidatos são do sexo feminino. Em suma, 84% dos candidatos a presidente são homens. Em média, elas têm 45 anos e eles são mais velhos: 54 anos.
Cerca de dez por cento dos candidatos concorrem por listas de cidadãos independentes. Pelas contas do REGIÃO DE LEIRIA, são oito as candidaturas nestas condições que se apresentam às urnas sem conotação com qualquer partido político. Sete dezenas estão ligadas a partidos.
Dezena e meia de candidatos pretendem continuar ou regressar à presidência: em concelhos diferentes (como é o caso de Fernando Costa, candidato do PSD a Leiria e que já liderou a Câmara de Caldas da Rainha) ou para o lugar que já foi seu: é o caso da candidatura independente de Narciso Mota, em Pombal ou João Marques (PSD) em Pedrógão Grande.
Sendo certo que a decisão dos eleitores é soberana, nota para o concelho da Marinha Grande que, do ponto de vista da pura probabilidade, é aquele que apresenta a maior possibilidade de vir a ser governado, (neste caso, pela primeira vez) por uma mulher. É que os partidos que têm alternado na presidência (PS e CDU) apostam em lideranças femininas: Cidália Ferreira e Alexandra Dengucho, respetivamente.
Soma-se ainda o facto de também o BE apresentar uma mulher como candidata (Ilda Coelho). Este é, aliás, o único concelho com três cabeças de lista no feminino. Seguem-se com duas candidatas a presidente: Alvaiázere (Célia Marques do PSD e Tânia Gabriel da CDU), Alcobaça (Cláudia Vicente do PS e a independente Lúcia Duarte) e ainda Leiria (Anabela Batista da CDU e Daniela Sousa do PAN).
Um olhar para a ocupação profissional dos candidatos revela uma supremacia dos empresários (onze), ainda que seja relevante notar que o REGIÃO DE LEIRIA levou em conta a atividade profissional que é habitualmente atribuída, muito embora alguns candidatos tenham outras atividades no seu currículo, tornando quase impossível condensar uma carreira numa só categoria.
Não obstante, para além dos empresários, o ensino é a segunda atividade profissional mais frequente (com uma dezena de candidatos que são ou foram professores), seguindo-se os advogados (nove), os economistas (sete), os bancários (cinco) e os gestores (quatro). Mas o leque é, claro, mais alargado, incluindo cenógrafos, engenheiros, artesãos e agricultores, por exemplo.
Mas caso o enfoque se centre apenas nas candidatas, nota-se que nenhuma apresenta a profissão dominante. Ou seja, embora os empresários candidatos a presidente pudessem constituir uma equipa de futebol, seria uma equipa exclusivamente masculina.
Não há, pois, empresárias candidatas à presidência. Entre elas, dominam as advogadas (são cinco). Alias, o município de Leiria parece ter especial atratividade para os juristas. Afinal, dos sete candidatos a presidente, quatro são advogados, dois dos quais, mulheres.
Carlos S. Almeida
Jornalista
carlos.almeida@regiaodeleiria.pt
Embora a média de idades dos candidatos ronde os 52 anos de idade, quase um terço (29%) conta com sessenta ou mais anos de idade. Quanto aos jovens candidatos a presidente, apenas uma dezena entre os 83 candidatos, tem 40 ou menos anos de idade.