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Mãe e filho encontram ovos de tubarão na praia da Polvoeira

Inicialmente, não reconheceram do que se tratava, mas no dia seguinte, durante uma visita ao Oceanário de Lisboa, viram ovos e associaram ao achado.

No início de agosto, numa manhã de maré baixa, Mónica Vicente e Vicente Pragosa faziam a sua habitual pesca ao polvo na praia da Polvoeira, concelho de Alcobaça. Com as rochas a descoberto, acabaram por encontrar, presas aos mexilhões, “bolsas de sereia” designação comum para ovos de tubarão.

A descoberta surpreendeu-os. Inicialmente, não reconheceram do que se tratava, mas no dia seguinte, durante uma visita ao Oceanário de Lisboa – programa que todos os anos fazem questão de incluir nas férias – viram ovos de tubarão e associaram ao achado do dia anterior.

Mãe e filho, de 6 anos, têm um interesse particular pela fauna e pela flora e gostam de se envolver em “pesquisas”, diz Mónica Vicente ao REGIÃO DE LEIRIA. Dois dias depois, regressaram à Polvoeira na esperança de voltar a ver as “bolsas de sereia” e, desta vez, encontraram três: duas da mesma espécie e uma terceira de outra espécie já seca na areia. Mãe e filho acreditam que os ovos teriam dois a três meses.

Intrigados com a descoberta contactaram o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e foi-lhes pedido que enviassem imagens. Pouco tempo depois veio a confirmação: “são ovos de tubarão, embora não seja possível dizer a que espécie(s) pertencem”.

Na resposta enviada a Mónica Vicente, Paulo Carmo, técnico do ICNF, acrescentava que “existem várias espécies de tubarões nas nossas águas costeiras e oceânicas e os ovos são com frequência arrastados para as praias”.

Ao procurarem mais informação, mãe e filho ficaram a saber, entretanto, que os tubarões ovíparos após a fecundação depositam os seus ovos nas zonas rochosas, com o intuito de ficarem a salvo de predadores. “Estas bolsas de sereia servem para proteger o embrião e têm umas membranas filamentosas compridas que permitem que a bolsa esteja presa e não ande à deriva no oceano. Dentro da bolsa de sereia o embrião alimenta-se de uma reserva de nutrientes que se chama vitelo, transformando-se em tubarão até atingir o tamanho adequado para sair da bolsa de sereia. Quando o tubarão sai, é feita a seleção natural por canibalismo. As crias mais fortes comem as crias menos desenvolvidas, que vão seguir o ciclo da vida”.

O REGIÃO DE LEIRIA contactou também o ICNF com o intuito de saber mais pormenores sobre esta descoberta, mas não obteve resposta.

Mónica Vicente e o filho, Vicente Pragosa, de 6 anos, descobriram no início de agosto, na praia da Polvoeira, ovos de tubarão, mais conhecidos como “bolsas de sereia”

Patrícia Duarte
Jornalista
patricia.duarte@regiaodeleiria.pt


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