Portugal está livre da raiva desde 1956 mas por ser uma doença grave, que pode ser transmitida às pessoas por mordedura de cães infetados e continua a causar a morte a mais de 55 mil pessoas por ano em todo o mundo, a vacinação antirrábica é obrigatória para cães com três ou mais meses de idade.
A vacinação pode ser realizada no âmbito da campanha oficial a cargo da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que conta para o efeito com o apoio dos veterinários municipais, ou através de qualquer médico veterinário da escolha do detentor.
A campanha oficial, que inclui controlo de outras zoonoses e identificação eletrónica, é anual e permite que os veterinários se desloquem às freguesias de acordo com um calendário divulgado através de edital.
Neste caso, a vacinação antirrábica custa cinco euros (taxa única), a identificação eletrónica 13 euros e o boletim sanitário de cães ou gatos um euro.
No concelho de Leiria, e embora haja registo de deslocações às freguesias em janeiro e fevereiro, a campanha não decorreu como habitualmente. Os donos dos animais podem em alternativa deslocar-se ao canil municipal, na Guimarota, para proceder à vacinação de canídeos.
Sem adiantar pormenores e alegando razões não imputáveis à DGAV, fonte do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (MAFDR) refere apenas que “ainda não houve oportunidade de programar a realização de concentrações em freguesias” do concelho de Leiria e que a DGAV “tem estado a avaliar outras possibilidades por forma a assegurar a realização da campanha”.
Embora não esteja determinado um número mínimo de animais para “justificar” a deslocação do veterinário a uma freguesia, a DGAV esclarece que a sua calendarização segue “uma previsão baseada nos números do ano anterior”, ou, em alternativa, em dados dos cães registados nas juntas de freguesia”.
Não existem por outro lado períodos específicos para a realização da campanha oficial de vacinação antirrábica, que pode decorrer ao longo de todo o ano.
A competência da sua organização cabe à DGAV, enquanto câmaras e juntas são responsáveis pela afixação dos editais e publicitação das ações a realizar.
No distrito, apenas os municípios de Leiria e de Porto de Mós têm veterinário municipal, depois de o veterinário da Batalha ter rescindido contrato no passado mês de agosto, explica a mesma fonte.
Ainda assim, a falta de um médico veterinário municipal “não implica a não realização da campanha, uma vez que podem ser designados outros veterinários, nomeadamente o veterinário do concelho limítrofe ou ainda a contratação pela autarquia de veterinário para esse efeito”. Segundo o gabinete do MAFDR, os outros concelhos dispõem de veterinários camarários que fazem a campanha da raiva.
Desde 2015 foram vacinados no distrito de Leiria 5.611 animais no âmbito da campanha de vacinação antirrábica.
Segundo dados da DGAV, foram vacinados 2.569 animais em 2015, 1.844 em 2016 e 1.098 entre 1 de janeiro e 29 de setembro de 2017.
A DGAV salienta que estes números não têm relação direta com a população existente, nem refletem a população de cães efetivamente protegida, “uma vez que a duração do período de imunidade das vacinas presentemente utilizadas é de três anos e não é contabilizada a aplicação da vacinação antirrábica noutros âmbitos (por outros veterinários)”
Martine Rainho
Jornalista
martine.rainho@regiaodeleiria.pt
Anónimo disse:
4.5