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Em Porto de Mós Jorge Vala e o PSD fazem a festa e vencidos trocam acusações

“Eu não ganhei nada, quem ganhou foi Porto de Mós”. Foi desta forma que Jorge Vala se dirigiu às várias dezenas de apoiantes que esperavam o discurso de vitória do homem que reconquistou a Câmara de Porto de Mós para o PSD, depois de o partido a ter perdido para João Salgueiro, eleito presidente pelo PS em 2005.

“Eu não ganhei nada, quem ganhou foi Porto de Mós”. Foi desta forma que Jorge Vala se dirigiu às várias dezenas de apoiantes que esperavam o discurso de vitória do homem que reconquistou a Câmara de Porto de Mós para o PSD, depois de o partido a ter perdido para João Salgueiro, eleito presidente pelo PS em 2005.

“Olá o meu nome é Jorge Vala e sou o vosso presidente de Câmara”, adiantou no início do seu discurso de vitória. O novo presidente de Câmara eleito referiu a necessidade de melhorar a vida dos portomosenses para que estejam mais satisfeitos dentro de quatro anos, e apelou aos simpatizantes para que celebrassem a vitória sem excessos: “temos de saber ganhar, vamos comemorar com a dignidade com que ganhámos”, exortou. Quando subiu ao palco, situado no atrelado de um camião que estacionou junto à sede de candidatura, Jorge Vala foi surpreendido com a oferta de um par de sapatos. Antes, tinha brincado com o facto de os seus sapatos estarem cada vez piores, numa clara alusão aos quilómetros percorridos em campanha. Instantes depois, dois apoiantes subiram ao palco e num embrulho laranja estava um par de sapatos: “são para usar na tomada de posse”, referiu Jorge Vala.

O clima descontraído e bem-disposto nas hostes social-democratas, contrastava com a desilusão que reinava nas sedes dos dois candidatos que ainda são vereadores, eleitos pelo PS, no executivo liderado pelo presidente cessante, o socialista João Salgueiro.

Aos militantes, Rui Marto (PS) reconheceu que Jorge Vala foi o vencedor da noite. “Neste momento não tenho qualquer cenário pós-eleições, mas o concelho conta sempre com Rui Marto”, adiantou aos jornalistas o candidato do PS e líder da concelhia socialista local quando confrontado com a possibilidade de um acordo com o PSD. Já quanto ao facto de o atual  executivo socialista ter contado com duas candidaturas diferentes (a de Rui Marto pelo PS e de Albino Januário, num movimento independente), Rui Marto confessa ser com “pena que sinto esta situação, mas foi uma situação falhada”. No seu entender, a candidatura liderada por Albino Januário “veio desafazer mais do que fazer”.

Na sua sede de candidatura, Albino Januário não escondia o desapontamento com os resultados. “Os eleitores escolheram”, refere. “A mensagem não foi suficientemente credível ou entendida pelos votantes como eu esperava que fosse”, comenta. Quanto a eventuais entendimentos futuros com outras forças no executivo, “não tenho nada a dizer sobre isso, quero é refletir sobre as razões deste mau resultado”, respondeu o candidato do movimento AJ SIM.

Albino Januário reconhece que a divisão no seio do executivo socialista – que resultou em duas candidaturas à Câmara – acabou por facilitar a vida ao PSD. E deixa o recado para os responsáveis, numa clara referência à liderança do PS local, responsável pela escolha do candidato do partido: “quem teve as desinteligências que teve, pague e pagou por isso”, comentou.

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