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Sócrates acusado de ter recebido 24 milhões de euros para beneficiar empresas

O Ministério Público acusou José Sócrates de, enquanto primeiro-ministro, receber mais de 24 milhões de euros, entre 2006 e 2009, em troca do favorecimento ilegal de interesses do Vale do Lobo, Grupo Espírito Santo e Portugal Telecom e Grupo Lena.

O Ministério Público acusou José Sócrates de, enquanto primeiro-ministro, receber mais de 24 milhões de euros, entre 2006 e 2009, em troca do favorecimento ilegal de interesses do Vale do Lobo, Grupo Espírito Santo e Portugal Telecom e Grupo Lena.

O Ministério Público divulgou ontem (já depois do fecho da edição impressa do REGIÃO DE LEIRIA) uma nota que revela o essencial da acusação deste processo. O Departamento Central de Investigação e Ação Penal, deduziu acusação contra 28 arguidos, 19 pessoas singulares e 9 pessoas coletivas, no âmbito da designada Operação Marquês.

Para além do antigo primeiro-ministro, José Sócrates, este processo conta ainda com o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado e o antigo ministro Armando Vara, como arguidos.

Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, administradores da PT, bem como os empresários Carlos Santos Silva e Joaquim Barroca Rodrigues, também integram o lote de arguidos deste processo.

Entretanto, o Grupo Lena, que detém as empresas Lena Engenharia e Construções, SA, Lena Engenharia e Construções, SGPS e Lena SGPS, acusadas na “Operação Marquês”, pondera pedir a instrução do processo, disse em resposta à agência Lusa.

Numa nota de ontem, quarta-feira, a Comissão Executiva do Grupo Lena afirma que vai “analisar, em conjunto com os advogados, o teor da acusação deduzida, sendo praticamente certo” que irão pedir “a abertura da instrução do processo”.

“É revelador da consistência das acusações do Ministério Público a enorme discrepância entre as acusações e suspeitas iniciais, em que o Grupo Lena era apresentado e exposto na praça pública como o único corruptor do antigo primeiro-ministro José Sócrates, e as acusações agora concretizadas, em que o Grupo Lena, para o mesmo Ministério Público, tem um papel residual nessa alegada teia de corrupção”, refere ainda a nota.

O Grupo Lena considera também que, “pelo conhecimento que tem dos factos, não será possível provar em juízo nenhuma das acusações contra o Grupo Lena, na medida em que nenhuma delas corresponde à verdade, sendo apenas teorias da acusação, sem nenhuma prova que as sustente”.

Segundo a nota, existe uma “diferença abissal entre as suspeitas tornadas públicas inicialmente e o teor da acusação agora produzida”.

A Comissão Executiva do Grupo Lena entende também que é “da mais elementar justiça o arquivamento do processo respeitante ao CEO do Grupo Lena”, Joaquim Paulo da Conceição, “que consequentemente deixou de ser arguido neste processo”.

O Grupo Lena apela “aos seus vários ‘stakeholders’, desde logo os milhares de colaboradores, mas também os clientes, fornecedores e banca, para, agora com confiança redobrada, continuarem a apoiar o Grupo Lena na superação das dificuldades, garantindo que não esmorecerá até o processo ter fim”.

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