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Leiria

Leiria: Prédio de cinco pisos junto ao miradouro gera onda de protestos

A construção de um prédio de cinco pisos junto ao miradouro sobre a cidade de Leiria está a ser contestada por muitos leirienses. que têm manifestado a sua indignação nas redes sociais.

Vista sobre a cidade fica comprometida pela volumetria do imóvel em construção no sopé do castelo   Foto: Joaquim Dâmaso

A construção de um prédio com cinco pisos junto ao miradouro sobre a cidade de Leiria, entre a travessa das Amoreiras e a avenida Ernesto Korrodi, está a ser contestada por muitos leirienses, que têm manifestado a sua indignação nas redes sociais. A altura e a volumetria do edifício levaram também os vereadores do PSD da Câmara de Leiria a questionar a maioria socialista sobre o projeto.

Manifestando a sua “surpresa” com o impacto do imóvel, para quem está no miradouro e olha para a cidade ou para quem olha do Centro Histórico para o castelo, Fernando Costa (PSD) pediu na reunião de Câmara de terça-feira a consulta do processo e quis saber se o projeto foi aprovado em sede de reunião do executivo ou pelo vereador responsável por delegação de competência.

“Não sei o que existia antes, consta que existia um prédio de dois pisos e, por mais que olhe para o prédio, pelo menos cinco pisos já lá vão”, sublinhou Fernando Costa. “Não sei se são cinco, se são seis, e quantos apartamentos vão ser construídos”, acrescentou.

O vereador Ricardo Santos, que assumiu no anterior mandato o pelouro das Operações Urbanísticas, confirmou ter aprovado o projeto no âmbito das suas competências e que este não foi debatido em reunião de Câmara.

Explicou ainda que o projeto prevê “apenas um piso habitável acima da avenida Ernesto Korrodi” e “uma zona de sótão, galeria técnica para instalação de vários equipamentos”. “Fica basicamente ao nível da casa que está construída ao lado”, acrescentou, sublinhando que o projeto mereceu o parecer favorável “vinculativo” da Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), “entidade que é bastante rigorosa na avaliação dos processos”.

Aval da Direção Regional de Cultura do Centro
No final da reunião de terça-feira, Raul Castro, presidente da Câmara, admitiu, em declarações ao REGIÃO DE LEIRIA, desconhecer o projeto bem como o facto de que estava a suscitar celeuma. Voltou a sublinhar que a DRCC deferiu o projeto e que os serviços vão verificar se está a ser cumprido.

Mas será que este projeto, pela sua localização “sensível”, não deveria ter sido apreciado em reunião de Câmara? Raul Casto adianta que os processos passam “por um crivo tremendo, do técnico que aprecia, do chefe de divisão, do diretor de departamento e depois do vereador”, além de outras entidades competentes.

Acrescenta que existem cerca de 700 processos em apreciação na autarquia e que não lhe é possível conhecer todos. “Cada um tem as suas funções e também me preocupo em ver o que há e não há quando alertam. E muita coisa, às vezes, se vai a tempo de retificar”, concluiu.

Entretanto, a Câmara esclareceu que a obra em curso resulta de um projeto de alterações e ampliação de um outro, “aprovado em reunião de Câmara à data de 25 de janeiro de 2011, sem qualquer voto contra”.

De acordo com a ata dessa reunião, esse primeiro projeto – de que era promotor a SAEMEG – Sociedade de Investimentos Imobiliários -, foi aprovado por maioria com a abstenção dos então vereadores do PSD e da vereadora Blandina Oliveira, eleita pelo PS.

Esse projeto já contemplava “quatro pisos abaixo da quota soleira e um acima da quota soleira” e “obteve parecer vinculativo favorável do IGESPAR”, acrescenta a autarquia, adiantando que “o edifício antes existente tinha um piso, com uma quota de soleira abaixo da via”.

“Nesse ano – 2011 – ainda não existia Regulamento da Zona Histórica de Leiria, que só foi publicado em Diário da República em 2014”, frisa ainda.

(Notícia publicada na edição de 14 de dezembro de 2017 do REGIÃO DE LEIRIA e atualizada)

Martine Rainho
Jornalista
martine.rainho@regiaodeleiria.pt

 

De acordo com a apresentação do projeto na página oficial do promotor da obra – Campinoise – Construção Civil e Obras Públicas -, o designado “Edifício Korrodi 36” terá cinco pisos: quatro pisos para habitação com dois fogos por piso de tipologia T3; e um -1 para estacionamento e arrumos com oito lugares de parqueamento (cinco duplos e três individuais), oito arrumos das frações e sala de condomínio.

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