Equipa de especialistas que instalou os equipamentos de medição
É um longo e paciente trabalho que pretende descobrir por que razão uma junta na parte superior do refeitório do Mosteiro da Batalha teima em perder material.
Será resultado de algum fator externo, como, por exemplo, a trepidação causada pelo trânsito que passa junto ao Mosteiro? Ou será apenas o resultado do natural envelhecimento dos materiais? A resposta vai demorar anos a chegar e a tecnologia vai dar uma ajuda. Na terça-feira, dia 23 de janeiro, os equipamentos que vão realizar as medições foram instalados no local.
“Num edifício com estas características a queda de algum material das juntas entre as pedras dos tetos e abóbadas, é algo relativamente comum”, refere Joaquim Ruivo, diretor do monumento.
Na prática, a monitorização é feita com recurso a um defletómetro e sensores de fibra ótica e conta com o apoio de especialistas do Instituto Politécnico de Leiria e da Universidade de Aveiro.
Os deslocamentos e a temperatura dos materiais vão estar debaixo de olho nesta investigação própria de detetives dos materiais. “A temperatura ajuda a perceber como se comporta a estrutura e os deslocamentos medem se as juntas se estão a abrir ou a fechar”, explica Florindo Gaspar, do departamento de Engenharia Civil da ESTG.
“É um trabalho a muito longo prazo”, reforça Hugo Rodrigues, do mesmo departamento. Joaquim Ruivo sublinha a relevância desta investigação: “um trabalho muito importante, dado que se poderá verificar a estabilidade estrutural desta sala do Mosteiro e estudar eventuais medidas de mitigação”.
Carlos S. Almeida
Jornalista
carlos.almeida@regiaodeleiria.pt