O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural considera que os portugueses estão empenhados na “guerra” contra os incêndios florestais e destacou a “ação cívica” de reflorestação do Pinhal de Leiria, hoje realizada.
“Esta é uma ação cívica importante de replantação do Pinhal do Rei e a tomada de consciência de que o problema da floresta é um problema de todos”, disse aos jornalistas Miguel Freitas, durante a iniciativa “O Pinhal é a Nossa Bandeira”, que hoje decorreu na Marinha Grande.
A iniciativa, promovida por entidades privadas em parceria com a autarquia da Marinha Grande, Exército, Força Aérea Portuguesa e Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e que contou ainda com a colaboração da GNR, PSP, Proteção Civil, Vigilantes da Natureza, bombeiros da Marinha Grande e Vieira de Leiria e praticantes de todo-o-terreno, num total de cerca de 300 operacionais, incidiu sobre o talhão 256 do Pinhal de Leiria, uma área de 30 hectares reflorestada com cerca de 67.500 pinheiros bravos.
Apesar da organização ter registado mais de cinco mil voluntários inscritos para a ação de reflorestação de hoje – número citado pelo secretário de Estado como um “sinal” de que os portugueses “estão a fazer essa guerra” contra os incêndios florestais – cerca das 11 horas o número de participantes não ultrapassava algumas centenas de pessoas.
“Estamos à espera dos voluntários, sabemos que há gente a chegar, uns vão chegando mais tarde, de qualquer maneira, o importante são aqueles que estão e que estão a plantar. Temos mais de metade do talhão plantado, esse é o objetivo”, afirmou Alexandra Serôdio, da organização do evento.
Alexandra Serôdio explicou que os promotores do evento e os voluntários que se associaram à plantação de hoje, “todos os que aceitaram esta missão e este desafio de virem ao domingo de manhã plantar estes 67.500 pinheiros”, irão ficar “responsáveis” pelo futuro do talhão 256 do Pinhal de Leiria e ajudar na sua manutenção.
“Vamos ter um controle neste talhão e vamos ajudar a limpar e a cuidar dele, todos nós portugueses”, sublinhou.
Uma das participantes na iniciativa, Ana Fonseca, dirigente escutista da Marinha Grande, que acompanhava um grupo de pequenos escuteiros, destacou a importância da iniciativa na educação ambiental das crianças: “Julgo que se o objetivo é prevenir e consciencializar as pessoas de que temos de proteger [o Pinhal de Leiria] todas as ações são importantes. Esta tem um objetivo bom, é plantar, é o que interessa”, argumentou.
Já Carla Carreira, que transportava um recipiente cheio de pequenos pinheiros que ia distribuindo pelos voluntários, destacou a importância das pequenas árvores para refazer o pinhal que existiu durante anos e que foi destruído quase na totalidade em outubro de 2017.
“Não consigo imaginar agora estes anos a passar por aqui e não ver os pinheiros altos, espero bem que os meus filhos e os filhos deles consigam ver o que eu vi ao longo destes anos todos”, afirmou.
Carla Carreira, que participou na iniciativa com os filhos e em representação do Clube de Atletismo da Marinha Grande, admitiu que ainda vai demorar “muito tempo” até que a mata nacional recupere do incêndio, mas “alguém tem de começar” a replantar e notou que as autoridades “só se preocupam depois das coisas terem acontecido”.
“É pena, vamos esperar que a mentalidade mude a partir de agora e que a gente consiga ver o nosso pinhal como tínhamos há uns anos”, frisou.
“O Pinhal é a Nossa Bandeira” culminou com a formação de uma bandeira nacional pelos participantes, que empunharam guarda-chuvas vermelhos, verdes e amarelos.
Lusa
Fotos: ANA Góis | Agency.com.pt
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