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Falta de mão de obra pode perigar sucesso dos moldes e plásticos

Preocupação. A formação e o combate à falta de recursos humanos são prioridades de um sector que pretende descolar da imagem da indústria pesada tradicional para ser mais atrativo junto dos jovens

A falta de mão de obra, sobretudo qualificada, une diferentes decisores da região de Leiria num alerta para a necessidade de divulgar a indústria de moldes e plásticos, no sentido de cativar os jovens, sob pena da geração fundadora da maioria das empresas desaparecer sem se concretizar uma renovação sustentável.

O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, considerou, durante a iniciativa “Conversas Soltas Santander Advance”, que decorreu na quinta-feira, 5, que a atual dinâmica da indústria corre o risco de inversão. “Prevejo que dentro de 20 anos pode colapsar, ir abaixo, pela falta de recursos humanos, um fator importantíssimo para o seu desenvolvimento”, disse o autarca.

A baixa taxa de natalidade e o saldo demográfico negativo foram problemas apontados por Raul Castro. Na sua perspetiva, “se não houver medidas que os possam compensar, isto pode tudo ficar em causa”.

Para Nuno Mangas, presidente do IPLeiria, “esta é uma realidade que temos de encarar de frente: o número de crianças que nasce hoje é metade de há 15 ou 20 anos. É preciso conjugar uma política nacional de natalidade, com uma política de atrair talentos de fora de Portugal [10% dos estudantes do IPLeiria são estrangeiros], e tornar a região e a indústria de moldes e plásticos cada vez mais atrativa”.

Os recursos humanos de origem estrangeira estão presentes na Moldetipo. “Na formação, temos recorrido a estrangeiros, que vieram estagiar para o IPLeiria, incluindo dois engenheiros mecânicos indianos que estamos a formar para integrarem a nossa unidade na Índia”, explicou Rui Silva, CEO da empresa.

“Se não queremos ter algum problema sério no futuro”, diz Fernando Vicente, administrador da Somema, é preciso “investir fortemente na formação do pessoal e com isso teremos 80% dos problemas resolvidos”. O que mais “preocupa” o empresário é a falta de mão de obra, pelo que sugeriu como eventual solução, durante a iniciativa organizada em Leiria pelo Santander, Jornal de Negócios e Correio da manhã, “a abertura de vertentes da imigração para determinada área”.

(Artigo publicado na edição de 12 de abril de 2018)

Carlos Ferreira
Jornalista
redacao@regiaodeleiria.pt

O sector dos moldes emprega 10.460 pessoas e continua a recrutar

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