D. António Marto recebeu esta tarde das mãos do papa Francisco o anel, o barrete e a bula cardinalícios Foto: Agência Ecclesia
D. António Marto é cardeal-presbítero com o título de “Santa Maria sopra Minerva”, uma igreja de Roma que já foi atribuída, no século XIX, ao cardeal Guilherme Henriques de Carvalho, que também foi bispo de Leiria.
O consistório em que foi elevado a cardeal decorreu esta tarde na Basílica de S. Pedro, em Roma, tendo sido o sétimo cardeal (dos novos 14 cardeais) a receber o anel, o barrete e a bula cardinalícios das mãos do papa Francisco.
Em declarações feitas hoje à imprensa, antes do consistório, António Marto referiu ser um “apoiante da reforma da Igreja que o papa quer levar para a frente”, no sentido de uma Igreja “mais evangélica, menos burocrática, mais próxima das pessoas, mais acolhedora, de não exclusão, mais misericordiosa para com as situações de fragilidade, vulnerabilidade, mais atenta aos desfavorecidos, aos pobres, mais construtora de pontes com todos os quadrantes da sociedade”.
“Vivemos numa sociedade muito fragmentada, muito polarizada, muito dividida”, considerou ainda, referindo a necessidade de estabelecer pontes para chegar a “consensos fundamentais para construir uma sociedade justa e fraterna”.
No Vaticano, António Marto voltou a falar do cardinalato como um “dom a Fátima” do papa Francisco, admitindo a necessidade de renovação de estratégias pastorais.
O Colégio Cardinalício conta agora com 125 eleitores (59 dos quais criados por Francisco) e 102 cardeais com mais de 80 anos, os quais não têm direito a voto num eventual Conclave para eleição de um novo Papa.
Portugal estava até à passada semana representado por três cardeais: D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa; D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, e D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, ambos com mais de 80 anos.
Segundo notícia da Agência Ecclesia, a celebração começou com um momento de oração em silêncio, do papa, diante do altar da Confissão, sobre o túmulo do apóstolo São Pedro.
O papa Francisco entregou um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja” e atribuiu a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.
No anel cardinalício são evocadas as colunas da Basílica de São Pedro, a cruz e os apóstolos Pedro e Paulo.
Amanhã, sexta-feira, D. António Marto e os novos cardeais concelebram a Eucaristia na Praça de São Pedro, e, no sábado, o novo cardeal português preside a uma missa na igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, às 18 horas.
Para esta celebração, o Governo português fez-se representar pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, estando também presentes os presidentes dos municípios de Leiria e Ourém, entre outras individualidades da região e nove bispos portugueses.
A delegação de D. António Marto integra 34 pessoas, incluindo sacerdotes da Diocese de Leiria-Fátima e seis familiares.
Natural de Tronco, concelho de Chaves, onde nasceu a 5 de maio de 1947, António Augusto dos Santos Marto foi ordenado padre em Roma, em 1971 e a 10 de novembro de 2000 foi nomeado bispo auxiliar de Braga, pelo papa João Paulo II. Passou pela Diocese de Viseu antes de ser escolhido por Bento XVI, em 2006, como bispo de Leiria-Fátima.
Aos 71 anos, o prelado torna-se no quinto cardeal português nomeado no século XXI e o segundo no atual pontificado.
Mª Rodrig disse:
Boa tarde,
Mas… porque não publicar seu endereço de e-mail?
Gostaria de poder contactar com O Sr. Bispo D. António Marto por via pessoal
uma vez que, por via CTT segundo consta, parece ser “desviado”, não chagando
a ser entregue ao próprio.
Existirá alguma forma de poder vir a obtê-lo? Obrigada.