Saiu de Leiria aos 18 anos rumo a Londres, Inglaterra, para se licenciar em Relações Internacionais. Depois de concluir a licenciatura, Eduardo Lopes optou por seguir estudos, desta vez na capital francesa, onde irá viver durante os próximos dois anos enquanto estiver a tirar o mestrado em Estudos Europeus no Instituto de Ciência Política de Paris (SciensesPo Paris).
É natural de Regueira de Pontes, concelho de Leiria, e a maior parte do seu tempo em França é passado nas aulas ou a estudar. No entanto, ao fim do dia rende-se ao quotidiano parisiense e bebe um copo de vinho com os amigos num café. “Os dias em Paris são agitados e stressantes, por isso é mais comum fazermos jantares em casas de amigos do que sair para bares, discotecas e sítios mais agitados. Quando está bom tempo (o que por aqui é raro) gosto de comprar uma baguete e uma garrafa de vinho e conviver com os meus amigos à beira do rio Sena e desfrutar da vista e do estilo de vida parisiense”, conta.
O jovem leiriense, de 22 anos, confessa que esperava uma adaptação mais rápida ao país do que aquela que enfrentou. “Encontrei grandes diferenças entre Londres e Paris. Em geral os franceses são mais fechados e difíceis de conhecer, especialmente para quem não domina a língua. Passei os primeiros meses a tentar ultrapassar a barreira linguística e conseguir entender como tudo funciona. De momento estou mais confortável, porque já tenho um melhor domínio do francês e da cidade”, explica.
É apaixonado pelo pão, vinho, crepes e pela arquitetura francesa. Por outro lado, vê Paris como uma cidade com um custo de vida elevado. “Isso vê-se especialmente na quantidade de refugiados e sem-abrigo que dormem nas ruas, uma situação óbvia a todos os que visitam a cidade”, refere.
Orgulha-se da cidade em que nasceu, principalmente depois de partir para outro país, mas regressar a Leiria não está, para já, nos seus planos. “Estou a estudar Assuntos Europeus, por isso, penso que o meu futuro passará por Bruxelas ou outra capital europeia”. PS
Artigo publicado da edição do REGIÃO DE LEIRIA de 3 de maio de 2018
O melhor por lá
Multiculturalidade. “As várias culturas representadas em Paris dão-lhe um dinamismo e ambiente acolhedor”, diz.
O pior por lá
“Os franceses são um pouco rudes e menos acolhedores para quem não fala a língua. Não gostam muito de falar inglês”, reconhece Eduardo Lopes.
O mais surpreendente
“Foi bastante difícil habituar-me ao facto de a maior parte das lojas e supermercados estarem fechados ao domingo. Os franceses põem a vida à frente do trabalho e não o trabalho à frente da vida”, afirma.