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Família da Batalha já chegou a pé a Santiago de Compostela

Uma família residente na Batalha concluiu sábado passado, 25 de agosto, o Caminho da Geira Romana e dos Arrieiros, que liga Braga a Santiago de Compostela, na distância de 240 quilómetros. É a primeira família a cumprir a pé este novo traçado, apresentado em abril de 2017.

Uma família residente na Batalha concluiu na manhã deste sábado, 25 de agosto, o Caminho da Geira Romana e dos Arrieiros, que liga Braga a Santiago de Compostela, na distância de 240 quilómetros. É a primeira família a cumprir a pé este novo traçado, apresentado em abril de 2017 em Braga.

“Quando o fim é o princípio”, considerou Jorge Novo, ao chegar à Praça do Obradoiro, na capital da Galiza, acompanhado pela mulher, Lurdes Nunes, e pelo filho, António Novo, de apenas 13 anos, aludindo ao sentimento de muitos peregrinos quando concluem a jornada.

A família partiu de Braga no dia 16 deste mês e chegou a Santiago de Compostela após 10 dias a caminhar, fazendo uma média de 24 quilómetros por dia.

O professor Jorge Novo, de 53 anos, afirma que “de todos os caminhos que fez este é sem dúvida o que se destaca nas paisagens naturais, pela sua beleza e estado natural”. “É também um mergulhar na história ao passar na geira romana, recebendo a partilha histórica dos antepassados”, adianta o também presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Batalha

“O caminho não é fácil para quem não estiver preparado, dado que não existem muitos pontos de abastecimento/paragem. Este caminho ainda não tendo albergues, também não tem os chamados turigrinos. É realmente o melhor caminho”, destacou o peregrino, que fez o percurso na companhia da mulher, a empresária Lurdes Nunes, de 49 anos; e do filho, estudante; o mais jovem peregrino a cumprir este trajeto.

O jovem António Novo reconhece as dificuldades e as virtudes do trajeto: ”Apesar de já ter feito cinco caminhos, começando aos 9 anos, este é o percurso mais difícil, mas é também o mais rico em história e paisagens naturais”.

Para Lurdes Nunes, as “paisagens espetaculares, principalmente o troço da geira romana, a mata da Albergaria, a paisagem lunar até Castro Laboreiro” merecem destaque.

“É um caminho duro e desafiante, por não estar marcado, o que obriga a andar com o GPS na mão. Não há locais onde se possa reabastecer, beber um café ou comprar algo, o que obriga a um esforço extra para transportar alimentação e água”, constata a peregrina.

A Associação Jacobeia do Caminho Minhoto Ribeiro investiga este itinerário desde 2009 e apresentou-o em Ribadavia e Braga no ano passado. O seu estudo e divulgação está também a ser desenvolvido pela Associação Codeseda Viva.

O objetivo das associações é que seja homologado até ao Ano Santo Jacobeu de 2021, tornando-se assim o 11º caminho oficial de peregrinação à capital da Galiza.

Carlos Ferreira
Jornalista
redacao@regiaodeleiria.pt


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