O vento destruiu em segundos as estufas de uma empresa agrícola em Ortigosa Foto: FF
“Está tudo dizimado. As estruturas agrícolas estão devastadas”. Fábio Franco, proprietário da Sociedade Agrícola do Vale do Lis, em Ortigosa, Leiria, perdeu em segundos as novas estufas que tinha começado a montar há cerca de uma semana e albergavam uma plantação de alfaces com cerca de um hectare e meio.
Ontem, cerca das 23 horas, a força do vento derrubou as estruturas que estavam geminadas, arrastando algumas para a estradas. Nada pode fazer. Esta manhã, acordou com um cenário desolador e o futuro comprometido.
“Temos dois núcleos de estufas e não se recupera nada”, adianta ao REGIÃO DE LEIRIA, estimando em cerca de 200 mil euros os prejuízos relativos aos danos materiais.
Mas o problema é muito mais grave, alerta o jovem agricultor, que soma a estas perdas nove postos de trabalho em risco e os contratos de fornecimento que não poderá cumprir, pondo em causa as campanhas de outono e inverno.
“Está em causa a produção de seis meses”, sublinha Fábio Franco, que ainda tem na memória os prejuízos que sofreu com o temporal de 2014.
“O que vamos fazer às pessoas? Não sei o que lhes vou dizer amanhã?”, confessa, acrescentando ter também perdido as culturas de verão e outono em campo aberto. “Foi tudo arrancado”, revela.
Fábio Franco lamenta, por outro lado, que as notícias deem conta sobretudo da queda de árvores quando o sector agrícola volta a ser um dos mais penalizados, estanho em causa inúmeros postos de trabalhos e produções inteiras.
“É uma situação muito difícil”, desabafa, esperando que a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro esteja atenta assim como o município e juntas de freguesia, que diz “esquecerem um pouco o sector”.
MR