Canalizar cerca de 3,5 milhões de euros para formar licenciados sem emprego em competências digitais é o mote do governo para integrar no mercado de trabalho mais de 50 mil pessoas. Leiria está no lote das primeira seis regiões abrangidas. Medida foi hoje apresentada no Instituto Politécnico de Leiria.
Mais de meia centena de milhar de licenciados permanecem no desemprego. Instituto de Emprego e Formação Profissional, institutos politécnicos e empresas decidiram cooperar para que a aquisição de competências digitais seja um caminho para baixar o número de licenciados que não encontram um lugar no mercado de trabalho e permitir às empresas recrutar recursos humanos com competências digitais.
E foi em Leiria que o acordo tripartido foi formalizado, na manhã desta quarta-feira. O primeiro-ministro António Costa, presidiu à cerimónia e sublinhou a importância da medida. “O país não se pode dar ao luxo de desperdiçar no desemprego 52 mil pessoas com formação superior”, afirmou.
E para ajudar a terminar com esse desajuste entre pessoas com qualificação superior e as necessidades do mercado, foi lançada esta quarta-feira, em Leiria, a Parceria Competências Digitais +. Trata-se de um “programa de formação em tecnologias da informação orientado para desempregados com formação de nível superior”, anuncia o governo.
Esta parceria abrangerá até 1.500 formandos, desempregados com formação superior, inscritos nos serviços de emprego, a beneficiar ou não do fundo de desemprego. Para já, avançam seis redes no país.
A rede do Oeste, que abrange esta região, será coordenada pelo Politécnico de Leiria. Somam-se ainda as redes de Cávado e Ave (politécnico do Cavado e Ave), Nordeste Transmontano (politécnico de Bragança), Castelo Branco (politécnico de Castelo Branco), Setúbal-Palmela (politécnico de Setúbal) e a rede de Viseu, coordenada pelo politécnico de Viseu.
A medida conta com um financiamento de 3,5 milhões de euros até final de 2019.
Presente na assinatura dos protocolos, esta manhã, no Politécnico de Leiria, Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, adiantou que o número de licenciados sem emprego oscila entre os 50 mil e os 70 mil e incidem, sobretudo, no escalão etário dos 35 aos 45 anos.
“Vamos investir fundos públicos para quem já teve investimento público na sua formação”, perguntou o ministro para logo responder: “sim, precisamos de o fazer. É uma operação com carácter simbólico e estratégico”.
Admitindo que o futuro do trabalho é incerto, Vieira da Silva sublinhou ser uma certeza que as competências digitais farão parte essencial do universo laboral.
De acordo com o governo, na fase de arranque, já este ano, as primeiras seis propostas de formação já aprovadas, arrancarão “a curto prazo” e vão abranger 341 formandos.
Análise de dados, aprender java.net, desenvolvimento de aplicações web/mobile, são algumas das áreas de formação.
Carlos S. Almeida
Jornalista
carlos.almeida@regiaodeleiria.pt
Joaquim Dâmaso
Fotojornalista
joaquim.damaso@regiaodeleiria.pt