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Leiria

Enfermeiros de Leiria ameaçam com greve em janeiro pelo descongelamento das progressões

Os enfermeiros de Leiria ameaçam fazer três dias de greve em janeiro se as suas reivindicações, que incluem o descongelamento das progressões na carreira, não forem atendidas. O Centro Hospitalar de Leiria garante contudo que a situação está a ser regularizada.

Os enfermeiros de Leiria ameaçam fazer três dias de greve em janeiro se as suas reivindicações, que incluem o descongelamento das progressões, não forem atendidas. O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) garante contudo que a situação está a ser regularizada.

Após um plenário realizado ontem, quarta-feira, pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), no hospital de Santo André, em Leiria, o diretor regional, Rui Marroni, disse que o CHL “não segue aquilo que a generalidade dos hospitais, na sua autonomia administrativa, fez, que foi pagar os descongelamentos como está legislado, desde janeiro de 2018”.

“Aqui não efetuaram qualquer descongelamento de progressões e não deram qualquer explicação sobre a matéria. Da mesma forma, também não pagaram suplemento aos enfermeiros especialistas que lhes é devido desde janeiro deste ano. Admitem que faltam cerca de 270 enfermeiros, mas não contratam e andam a promover mobilizações de enfermeiros inter-serviços – até lhes chamamos enfermeiros-bombeiros – criando graves riscos para o exercício profissional e para os cuidados que estão a prestar aos utentes”, acrescentou Rui Marroni.

Segundo o dirigente sindical, o Conselho de Administração (CA) do CHL “não promove uma discussão em torno do regulamento de horários que impôs unilateralmente a partir de julho à margem da lei, sem auscultação do SEP como associação representativa dos enfermeiros”.

Rui Marroni avisou que se o CA “não efetuar de imediato o descongelamento das progressões” e cumprir as reivindicações dos enfermeiros, o SEP irá decretar três dias de greve entre o final de janeiro e início de fevereiro de 2019.

O dirigente adiantou que já tentou agendar várias reuniões com o hospital e enviou “ofícios jurídicos a reclamar o dever legal de audição do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses”, mas não obteve resposta do CA.

“Está na altura de radicalizarmos a ação, porque este CA não está a responder e está a fazer tudo à margem da lei e depois recebem prémios de bem comportados e de poupados, quando estão a dever milhares de euros aos enfermeiros desta instituição”, insistiu.

Em resposta à Lusa, o Conselho de Administração do CHL explicou que “na sequência da alteração do período normal de trabalho dos trabalhadores públicos, incluindo os enfermeiros, que, com efeitos a 1 de julho do corrente ano, implicou a redução das 40 para as 35 horas semanais, foi necessário, entre outras medidas, ajustar os horários dos profissionais, tendo tal processo sido dado a conhecer aos próprios e aos seus representantes, nomeadamente aos sindicatos”.

“Reconhece-se que existem dificuldades na gestão dos profissionais, nomeadamente por não conseguirmos dispor do número de trabalhadores necessário e desejável aos serviços deste Centro Hospitalar, sem que o Conselho de Administração deixe de tomar todas as medidas ao seu alcance no sentido de contrariar esta dificuldade, muito embora a principal resida na necessidade de obter autorização para as contratações, o que nem sempre acontece em tempo oportuno”, justificou ainda o CA.

Relativamente às progressões dos enfermeiros, o CA adiantou que, “no passado dia 29 de novembro de 2018, o Conselho de Administração tomou decisões sobre o processo que está a ser comunicado aos seus profissionais e a ser executado pelo Serviço de Gestão de Recursos Humanos”.

Lusa

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