Na entrevista cedida ao REGIÃO DE LEIRIA, a 12 de maio de 2016, o então secretário da Estado da Indústria, que nasceu e cresceu em Leiria, conversou com dois repórteres especiais. Cristina Barros e Duarte Champalimaud, dois empresários com projetos na região, questionaram João Vasconcelos sobre os aspetos que mais os preocupavam.
No dia em que foi conhecida a notícia da morte do empresário, recordamos a entrevista que deu ao REGIÃO DE LEIRIA.
Como é que o secretário de Estado vê a indústria do distrito de Leiria num puzzle que tem outros territórios em competição e num mundo cada vez mais global? Quais os seus pontos fortes e pontos fracos?
Este exercício de nos compararmos permanentemente com outras regiões é essencial e fazemo-lo poucas vezes. Sou de uma geração em que a nossa região era a terceira ou quarta mais poderosa economicamente no país e hoje já não é. Temos de perceber o que aconteceu. Temos características únicas em termos de empreendedorismo, diversificação do tecido empresarial, empresas a maior parte delas exportadoras, mas isso também acontece noutros distritos. Leiria tem que se comparar permanentemente com outras regiões de Portugal, com os distritos de Braga, de Aveiro, mas também com regiões muito semelhantes na Galiza, na Catalunha, no País Basco. O poder local também tem de fazer essa comparação. A nova economia baseia-se muito no conhecimento, em inovação, na qualidade dos seus recursos humanos e eles são atraídos pelas cidades.
Qual é a razão de Leiria estar a perder essa competitividade?
Temos empreendedores, temos a fibra certa, a energia certa, temos provavelmente um dos politécnicos mais adaptados ao tecido empresarial. Temos de perceber o que falta. Acho que podemos fazer muito mais na melhoria da qualidade de vida das várias cidades e vilas da nossa região, percebermos melhor os critérios para atrair essa geração. As empresas vão precisar dessa geração.
Os pedidos que foram feitos recentemente ao primeiro-ministro por algumas figuras da região, como a abertura da base aérea de Monte Real à aviação civil, a passagem do politécnico a universidade, a questão da ferrovia, tudo isso poderia aumentar a competitividade da região ou não são fatores essenciais na sua opinião?
O primeiro-ministro foi muito claro. Estes projetos têm de ser financiados com fundos comunitários. Foram incluídos no atual quadro comunitário? Não. O anterior governo não os incluiu. Então, se eles são essenciais vamos colocá-los no próximo quadro comunitário. Então a região vai ter de provar que isto é essencial, o país vai ter que ficar consciente de que são investimentos essenciais e serão colocados no próximo quadro comunitário.
O caso do Politécnico de Leiria passar a universidade não é igual em investimento. Envolve, sim, discutirmos o que é que queremos que o Politécnico seja no futuro. É também uma discussão que a sociedade deve ter e não só a leiriense. Uma universidade não vai só funcionar para uma região, é uma instituição que vai trabalhar para o país todo. Tem de ser uma decisão tomada numa análise de rede nacional de universidades e politécnicos.
Cristina Barros e Duarte Champalimaud, empresários da região de Leiria, entrevistaram João Vasconcelos Fotos: Joaquim Dâmaso
E sobre a Linha do Oeste?
Sobre a Linha do Oeste e o aeroporto é a mesma discussão. Não é só o impacto que tem em Leiria ou ali na região, é numa visão nacional de infraestruturas aeroportuárias e de investimentos ferroviários. Se me perguntar como leiriense talvez sejam muito importantes. Como secretário de Estado da Indústria a minha prioridade é a ferrovia que liga Sines a Espanha e a ferrovia que liga o porto de Aveiro a Espanha. São ferrovias que eu sei que no dia a seguir a estarem prontas têm um impacto na economia portuguesa gigantesco e está provado. Os poucos recursos que temos vão ser alocados a projetos que têm impacto nacional. Obras destas que atravessam várias legislaturas têm de ser aprovadas por uma maioria de partidos na Assembleia que é para quando se começarem a fazer não se discutir mais. Usarmos essas obras como bandeiras políticas e armas de arremesso político, é isso que as prejudica.
Em relação à indústria 4.0, temos sustentação na indústria portuguesa para avançar nesse sentido?
Não vou deixar de apostar nas tecnologias porque há uma geração que não as adotou ou não valoriza. O meu papel enquanto governante é garantir igualdade de oportunidades para todos. O 4.0 não vai ter a mesma importância e o mesmo impacto em todos os sectores e em todas as regiões. Definimos, depois de um profundo estudo de comparação, quatro sectores onde vamos iniciar a intervenção de 4.0: automóvel, agroindústria, moda/retalho e o turismo que é de longe o sector da economia onde o digital mais revolucionou. O meu papel é elucidar o tecido empresarial português dos desafios que aí vêm, do que está a acontecer, que é incontornável, e permitir àqueles que querem acompanhar, acompanharem. Nestes quatro grupos de trabalho estão vários empresários da região de Leiria. São cerca de 60 no país todo.
Quando é que essa estratégia estará concluída?
Têm três meses para cada grupo de trabalho nos apresentar pelo menos 10 medidas concretas. Haverá medidas a serem realizadas por nós Governo e medidas a serem realizadas pelos empresários com o nosso apoio ou não. As empresas que foram convidadas, a maior parte já tem noção do que isto é. A ideia é que nos digam como vamos alargar a base das empresas que querem acompanhar. Isto é uma revolução e que está no início.
E que ameaça muito o emprego?
Vai criar oportunidades nuns sectores e desafios noutros. Com a introdução do email, quem vendia faxes deixou de vender. Nós temos é de garantir uma coisa: é que o tipo que vendia faxes passe a fabricar computadores com o apoio do Governo. Tenho é que garantir que Portugal é competitivo nesta nova economia. Não dá para parar isto. Temos é que nos adaptar. Foi o tema do fórum mundial de Davos. O Obama e a Merkel e cinco comissários europeus abriram a feira de Hanover da indústria 4.0. O Obama veio à Europa. É um tema que a Europa está a liderar. Na internet da indústria não podemos ficar para trás como aconteceu na internet do consumo. Foi um erro, a Europa não acompanhou e fomos completamente ultrapassados.
Na sequência dos grupos de trabalho e das 10 medidas que vão sair, que serão 40 no total, como é que o Governo pensa potenciar a sua implementação? Haverá por exemplo revisão ao nível do Compete com novos sistemas de incentivo?
Medir e monitorizar é muito raro nas políticas públicas. Ninguém fica cá para ver os resultados e por isso, pela primeira vez, convidámos a Cotec para monitorizar e fiscalizar a implementação destas medidas. Estamos no meio de uma revolução e não há um GPS para lidar com esta introdução do digital na indústria e na economia. Muitas destas medidas que serão acertadas agora poderão necessitar de revisão daqui a seis meses ou um ano, com a evolução da tecnologia, com a entrada de novos players. Essa flexibilidade que vai ser necessária está garantida se entregarmos isso nas mãos dos empresários. São mais flexíveis e mais rápidos a adaptar-se. Mas também podemos ir mais longe naquilo que é o papel do Estado.
“A nova economia é em rede, não dá para trabalhar sozinho”
Ao nível do ensino, como é que a introdução do 4.0 está a ser preparada?
Temos muito a fazer para adaptar o nosso ensino secundário,
profissional, superior à indústria 4.0. Tem de haver muito mais sensibilidade para estes temas da digitalização da economia em muitos cursos de engenharia, de management. No caso do comércio eletrónico queria mais e melhor formação em Portugal de gestão de plataformas. Continuam muitos empresários a achar que comércio eletrónico é fazer um site, é um erro total.
E incentivar a formação no próprio posto de trabalho? Há uma total desintegração ao nível da big data. Existem milhares de dados nas organizações mas que não geram conhecimento mensurável, tangível e concreto para poder ser revertido em valor para as empresas…
Uma das coisas que está acontecer na indústria 4.0 que não acontecia é que isto só vai funcionar com uma rede entre politécnicos, universidades e empresas. A nova economia é em rede, não dá para trabalhar sozinho e isso tem desafios enormes para Portugal. Não estamos habituados a isso e Leiria é uma exceção. O relacionamento que vejo entre o Politécnico de Leiria e o tecido empresarial da região é uma exceção. Garanto-vos que isso não acontece em muitas instituições de ensino superior do país.
Esta revolução é muito importante para o mundo todo, mas muito mais importante é para um país dito periférico. Esta é a primeira revolução industrial em que a nossa localização geográfica não é um problema e a nossa total falta de recursos naturais relevantes também não. Nesta, com as instituições de ensino superior que temos, a geração mais qualificada de sempre e os investimentos em infraestrutura científica e tecnológica feitos nos últimos anos, se quisermos, podemos ambicionar estar na liderança. A minha ambição aqui é só essa: mais do que preparar a indústria, quero estar à frente.
Na indústria 4.0 os clusters vão ter muita força?
Os clusters são essenciais para implementar estas medidas. Já fazem isto que nós precisamos – juntam as instituições de ensino, os centros tecnológicos e as empresas – e isso é essencial. É ai que vai nascer a maior parte das medidas.
O cluster dos moldes na nossa região não está já um passo à frente?
A indústria do moldes é das mais avançadas em termos nacionais, mas os equipamentos que estamos a usar não estão a ser feitos cá. Temos uma empresa em Portugal a fazer máquinas de moldes, mas quero que haja mais. Queria mais portugueses na produção e customização de software.
Podemos ficar descansados porque não vai ficar um rasto de desemprego com a passagem da indústria 4.0.
Não fica rasto de desemprego nenhum. Em todas as evoluções tecnológicas o que houve sempre foi muito mais criação de emprego do que destruição de emprego. Mas também temos de garantir que muitas destas máquinas sejam fabricadas cá e que muitos dos engenheiros que desenvolvem máquinas estejam cá. Desaparecem umas profissões, aparecem outras.
O que está o Governo a planear para melhorar as infraestruturas e quais são as medidas para transformar a quantidade de gente não qualificada em trabalhadores qualificados?
Todas as energias têm de ser orientadas para a qualificação. Em todas as estatísticas, sempre que nos comparamos com qualquer outro país, a única coisa onde Portugal está sempre atrasado é nas qualificações. Enquanto estivermos atrasados na qualificação e na educação nunca teremos o crescimento económico que queremos. A educação continua a ser um dos maiores obstáculos ao crescimento económico em Portugal e no plano nacional de reformas é prioritário. Qualificação não é universidades, não é só ciência. Também é qualificação permanente ao longo da vida, a adaptação de novas tecnologias, é adaptar a formação às necessidades de mercado. Sinto que temos que solidificar, não só através de financiamentos, mas também atribuir mais importância aos organismos que intermedeiam o conhecimento e a indústria. Não basta só investir muito em ciência e na produção de conhecimento nas universidades ou nos politécnicos. Também temos de melhorar a forma como esse conhecimento tem impacto na economia e gera postos de trabalho e riqueza. São organismos como os centros tecnológicos e como o CDRsr – Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto, na Marinha Grande, que fazem isto. É uma prioridade do 2020 financiar esses organismos e estamos a delinear um plano de financiamento só para essas unidades de transferência de tecnologia nomeadamente os centros tecnológicos que não têm um modelo de negócio viável. Os próprios investigadores e cientistas trabalham a título precário.
Quais são as preocupações nesse domínio?
Temos de garantir um financiamento básico para poderem ter um staff permanente com contrato de trabalho digno. Se é só com bolseiros não há cumular e desenvolvimento de conhecimento. No modelo alemão, 30% do orçamento deles é fixo e depois têm uma parte de serviços que vendem às empresas e têm 30% de candidaturas a programas. Aqueles 30% fixos permitem-lhes contratar e acumular conhecimento, uma memória que fica. Estamos a estudar a forma como se pode fazer isso.
Quando é que estará definido esse modelo de financiamento?
Estamos a definir isso com eles. Foi a primeira vez que houve uma reunião, juntámos todos os centros de transferência de tecnologia à volta de uma mesa com o ministro. A mesma coisa com as incubadoras de empresas. Foi a primeira vez que se reuniram as incubadoras todas de empresas, nunca tinha acontecido. As incubadoras também são um organismo de transferência de tecnologia neste caso para o empreendedorismo. É essencial garantir um modelo de financiamento.
Há metas que nos possa avançar, nessa matéria?
Na digitalização da economia, nos próximos anos, queremos interferir em 12 mil empresas. Não se tem muito sucesso sem apostar no conhecimento e na inovação, não é possível. Na indústria 4.0 temos empresas muito mais à frente do que a discussão que se está a ter no grupo de trabalho, mas é essa a intenção.
Mas depois ainda há desintegração de informação e de sistemas. Muitos empresários ainda pensam que quem vende software está a vender ar. Isto é um entrave enorme. Como é que o podemos contornar?
Nas qualificações dos empresários temos de fazer muito. Tivemos várias gerações que não tiveram oportunidade de continuar os seus estudos. Isto mudou muito em muito pouco tempo. Há uma grande diferença nas novas gerações pelo menos em termos de ambição global. O nosso empresário normalmente percebe muito da produção, sabe fazer aquele produto muito bem. Mesmo com a quarta classe é o melhor a fazer aquilo. Isso não tem mal nenhum. Uma boa empresa não é aquela que está sempre a crescer. Há empresas pequenas que são líderes de mercado e do seu nicho até em termos mundiais. O caminho da nossa indústria é mais o da excelência do que o da escala. Nunca vamos ter recursos naturais ou localização geográfica para ter escala. Acho que temos o país certo para optarmos pela excelência.
Sobre o fator made in Portugal, o problema de grande parte das empresas é que a indústria portuguesa não vende diretamente ao cliente final. Como é que isso se pode resolver?
A marca da produção portuguesa, para ser construída, não é com anúncios, nem conferências, nem seminários nem stands. Quem constrói a marca Portugal são os produtos portugueses. Porque é que os moldes portugueses não saem a dizer made in Portugal? Quem diz moldes diz peças de plástico e muito mais coisas. Também parte de nós. Na primeira semana que cheguei aqui vieram servir-me um café numa chávena de uma marca estrangeira. E eu disse que enquanto eu for secretário de Estado da Indústria isto não acontecerá. Se todos nós fizéssemos coisas destas, isto mudava. Há muito a fazer do lado do Estado mas também há muito a fazer pelas empresas.
“Quatrocentos mil portugueses que emigraram, podem não ter decidido ir montar empresas, mas decidir emigrar já é
empreender. E já na geração anterior tinha sido mais de um milhão”
Até que ponto a indústria 4.0 vai entrar no Estado?
Isto é um desafio muito grande para a administração pública. Temos serviços públicos excecionais, mas precisamos muito de alterar a maneira como o Estado se relaciona connosco. Os empresários sabem isso tão bem quanto eu. A digitalização não resolve tudo.
O que é que está a ser feito nessa matéria?
As medidas do Simplex vão ser anunciadas em maio e abrangem esta área: o licenciamento, o relacionamento com as finanças, com a justiça. O Estado está a fazer o seu trabalho.
Enquanto membro do Governo com a pasta da indústria como vê o problema da sucessão que afeta tantas empresas na nossa região?
Há áreas em que o Estado deve interferir e outras em que não deve. Na sucessão das empresas não deve interferir seja a favorecer ou a dificultar. Em Portugal, da minha experiência, consigo encontrar pontos positivos da entrada de novas gerações, nomeadamente quando conseguem coexistir as duas: a inovação, a vontade de abraçar o risco da nova geração, equilibrada com a prudência de quem passou muitas crises. Tenho visto coisas excelentes.
Mas o maior problema das empresas é que o dinheiro continua a não chegar. O que está o Governo a fazer?
A questão do investimento e da capitalização é o assunto a que me tenho dedicado mais. E não é por causa da situação em que os nossos bancos se encontram, é por causa da situação em que as nossas empresas se encontram. Temos níveis de endividamento e níveis de autonomia financeira nas nossas empresas que não eram os desejados. Estamos a lançar várias medidas que permitam acesso ao investimento que não seja através do tradicional crédito bancário. Mas não é só ter dinheiro disponível. Muito importante também é alterar o regime fiscal que permite aos sócios reinvestirem na sua empresas, permitir que investir na empresa seja uma forma de poupança, que favoreça a entrada de terceiros no capital da empresa, mas também no fomento de uma indústria de capital de risco e de business angels. Estamos a lançar linhas que podem ir até aos 500 milhões de euros de coinvestimento com business angels em que é o privado que lidera e decide. O Estado acompanha. É a primeira vez que o Estado se coloca neste papel.
Quando teremos esse novo modelo de financiamento?
Lançámos no mês passado as linhas de garantia mútua. São 115 mil empresas que recorreram a essa linha de garantia mútua. Vamos lançar o capital reversível este mês, os capitais de risco e os business angels em maio. O regime fiscal está em discussão, faz parte do programa capitalizar só focado na capitalização das empresas. Do lado dos empresários vai ter de haver maior abertura para essas formas de financiamento. A educação financeira também é muito importante. Todos os estudos demonstram que a literacia financeira dos nossos empresários tem níveis muito baixos. Temos de fazer muito mais.
A intenção de introduzir módulos de empreendedorismo nas escolas sempre é para avançar?
Acho muito importante introduzir mais ciência e indústria nas escolas. É importante explicar aos jovens que quando acabam os seus estudos, para além de irem à procura de emprego, também têm como opção na sua vida profissional criarem o seu próprio emprego. Ensinar empreendedorismo ou fazer com que alguém seja empreendedor, ainda tenho de perceber bem o que é isso. O povo português é empreendedor, somos mais empreendedores do que a média europeia. Não é iniciativa e capacidade de empreender que nos falta. Nós precisamos é que essa atitude seja num projeto mais sólido, mais estruturado, com mais capacidade de vingar a médio prazo. Quatrocentos mil portugueses que emigraram, podem não ter decidido ir montar empresas, mas decidir emigrar já é empreender. E já na geração anterior tinha sido mais de um milhão. Só decidir emigrar é um ato de exigência, determinação, empreendedorismo enorme. Os portugueses são empreendedores, temos é que ter financiamento que acompanhe quem investe nessas empresas. Não é a banca nem tem que ser. Por isso é que queremos organizar uma rede nacional de incubadoras.Uma empresa que nasce numa incubadora nasce com outro apoio.
E se os próprios familiares investirem naquela empresa, podem ter benefícios fiscais?
É o programa semente, está no programa do Governo. É a primeira medida do Start Up Portugal. As empresas começam com o financiamento dos três F’s: friends, family and fools (amigos, família e loucos). E a ideia é que esses três possam ter benefício fiscal.
Relativamente à indústria da construção, há alguma informação que se possa adiantar e que seja importante para os empresários desse sector?
A única notícia que o Governo tem para a indústria da construção é o fundo de reabilitação urbana. É uma prioridade do plano nacional de reformas e vai ser lançado entretanto. Esse fundo vai permitir um foco e um redirecionamento para o investimento de reabilitação urbana. Sobre obras públicas, para já a única coisa prevista é a ferrovia, nomeadamente ligada a mercadorias, porque são as prioridades que Bruxelas aceitou. Bruxelas só aceita neste momento investimentos com um impacto mensurável e imediato na economia.
(Entrevista publicada no REGIÃO DE LEIRIA a 12 de maio de 2016)