O Leiria Retail Park pode ganhar uma nova vida, como plataforma de negócios e centro logístico. Para tal é preciso que a câmara municipal aprove o processo de alteração e emita a respetiva licença de utilização [que o complexo comercial nunca possuiu] apresentado pelo Novo Banco, através do Fungepi – Fundo de Gestão de Património Imobiliário.
A intenção do promotor, segundo a proposta entregue na autarquia, que o REGIÃO DE LEIRIA consultou, é adaptar o imóvel para albergar 13 armazéns destinados a serviços, nomeadamente de logística, um restaurante com 490 m2, e intervir nos acessos a partir do Itinerário Complementar nº 2 (IC2), cuja inadequação é apontada como uma das principais razões para a falência do projeto original.
Este processo de alteração e ampliação, destinado “a regularizar e obter a aprovação do município”, bem como a respetiva licença de utilização, deu entrada nos serviços da câmara em novembro de 2017 e em fevereiro último registou um pedido de novos elementos, pelo que ainda aguarda para ser analisado e sujeito a aprovação.
Segundo a câmara municipal, “encontra-se em processamento o pedido de licenciamento de alteração e ampliação de um conjunto de armazéns e de um restaurante”, que está “a percorrer os seus trâmites legais, pelo que não é possível indicar uma data de previsão para a sua conclusão, considerando também que este processo não depende somente do município”.
A intervenção prevista para o Leiria Retail Park, situado em Vale Pereiro, na freguesia dos Milagres, tem um custo estimado de 413.450 euros e contempla, além dos espaços comerciais, dois pisos de estacionamento, um dos quais semiaberto, que sofrerão algumas alterações em relação à configuração atual, o mesmo sucedendo ao nível dos acessos particulares.
Fotos: Joaquim Dâmaso
O projeto prevê a criação de um novo acesso, no IC2, com faixas de aceleração e desaceleração, e os parques de estacionamento terão capacidade para 117 veículos ligeiros, cinco dos quais destinados a pessoas com deficiência, e 12 pesados, além de 13 lugares para cargas e descargas.
O edifício atual, embargado desde 2001, ano em que abriu ao público, está “devoluto e em degradação” e implantado numa área total de 44.753 m2. Está avaliado em 20,4 milhões de euros e a intenção do Novo Banco “é vender o ativo” [Leia-se o Leiria Retail Park].
O promotor defende a proposta apresentada ao município – em termos gerais mantém uma configuração semelhante à atual -, entre outros aspetos, com a criação de postos de trabalho e o seu contributo para o crescimento económico do concelho de Leiria.
Segundo o relatório de contas do NB Património – Fundo de Investimento Imobiliário Aberto, de junho do ano passado (o mais recente disponível), o Leiria Retail Park “é um imóvel [que compõe o fundo] com contrato promessa de compra e venda por 20,4 milhões, que já se encontram totalmente recebidos”.
“Está em curso o processo de licenciamento do imóvel, cujos encargos serão integralmente suportados pelo promitente comprador, conforme acordo entre as partes, permitindo a realização da transação até 31 de dezembro de 2018”, refere.
Um documento do Fungepi explica que “o contrato de promessa compra e venda foi celebrado em 2008 com o NB Património pelo valor referido mais IVA, com pagamento de adiantamento de igual montante, não tendo sido possível até à data concretizar a escritura, devido a ainda não ter sido atribuída a licença de utilização”.
Carlos Ferreira
Jornalista
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