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Cultura

JazzMatazz. Marrazes ganha festival que leva música à natureza

Há um novo festival no concelho de Leiria: JazzMatazz estreia-se dias 1 e 2 de junho e leva música jazz e filarmónica à Mata dos Marrazes, procurando inspirar um novo fôlego para aquela mancha florestal.

Primeira edição do festival JazzMatazz acontece junto ao Parque de Merendas da Mata dos Marrazes Foto: ML

The Michael Lauren All Stars encerra o primeiro dia do JazzMatazz Foto: The Michael Lauren All Stars

Manuel Leiria
Jornalista
manuel.leiria@regiaodeleiria.pt

A paisagem na Mata de Marrazes está desoladora: uma doença atacou as árvores e milhares tiveram de ser abatidas, sobretudo pinheiros. Onde antes havia sombra e verde, agora há vazio e alguns eucaliptos. Mas há ideias para aproveitar a oportunidade e dar nova vida a um dos espaços mais preciosos do concelho de Leiria. A primeira concretiza-se já nos dias 1 e 2 junho: no Dia da Criança estreia-se o Festival JazzMatazz, que leva música à natureza – sobretudo jazz.

“A música pode ser o elo de ligação entre a população e a mata”, afirma o presidente da União de Freguesias de Marrazes e Barosa. Paulo Clemente assume o festival como um primeiro passo. “Queremos reviver o que acontecia há duas décadas”, quando famílias usufruiam da Mata em passeios e piqueniques.

A Junta pensa em transformar a Mata num espaço com condições para atrair a população de todo o concelho. “Agora está quase sem roupa mas está bonita e mais segura”, defende o autarca. Em alternativa à reflorestação, o executivo de Paulo Clemente pretende criar “um grande parque onde as pessoas possam passear, fazer manutenção, estar a ler um livro… Esse é o plano, para longo prazo, e vai passar por várias fases e pelos executivos seguintes”.

Para já, lugar à música: a ideia foi lançada pela secretária da Junta, que imaginou a natureza como palco improvisado. “Não sou de Marrazes, mas pelo que me contam do que se fazia, vivo no meu imaginário todas as festas que aconteciam na Mata, essencialmente no Dia da Criança”, afirma Catarina Dias. O sonho é que o festival aconteça dentro da Mata, mas “ainda há muito que trabalhar para que isso seja possível”.

Para já, numa zona entre o Parque de Merendas e a sede do Rancho da Região de Leiria, nascerá o JazzMatazz, que leva jazz a Marrazes e realça o trabalho feito pelas associações locais.

E porquê jazz? “Não é uma estética musical de massas e o festival não é para milhares de pessoas”, frisa Catarina Dias. A intenção é “incentivar o conhecimento e a curiosidade” por este estilo de música e, dentro do jazz, “mostrar várias perspetivas e vertentes”.

O festival arranca na tarde do dia 1, com showcase de Alexandre Frazão (inscrições para estudantes de música e elementos de filarmónicas pelo e-mail catarina.dias@ufmb.pt).

À noite, atuam na Mata os Saxofínia, dos Pousos, “que já existe desde 1987 e tem feito um trabalho extraordinário”, e a The Michael Lauren All Stars, banda formada por vários professores.

Dia 2 de junho o palco fica a cargo da Banda da Associação Recreativa e Musical Amigos da Branca, de Aveiro, “uma das maiores a nível nacional”, e da Filarmónica de Santiago de Marrazes, que é dirigida pelo presidente da junta.

“A filarmónica terá um palco em que nunca tocou e vai estar num festival que acontece pela primeira na terra deles. Creio que isso é bastante importante”, defende Paulo Clemente. Para a banda, que tem 138 anos e não há memória que tenha tocado alguma vez na Mata dos Marrazes, “é um marco fazer parte de um festival que pode ser uma referência no futuro entre os festivais ao ar livre, como o de Cascais”.

As entradas são livres nesta que se deseja que seja a primeira de muitas edições de JazzMatazz.

“Queremos que o festival cresça e se embrenhe da mata, chamando pessoas daqui e de fora, até de fora de Leiria”, salienta Paulo Clemente.

Catarina Dias até já tem ideias para edições futuras: 

“É importante celebrar a história e um lado tradicional. Faz sentido dar continuidade a este cruzamento entre jazz e outros estilos e, eventualmente, alargar até a outras vivências, eventualmente aos ranchos, fazendo um encontro entre os ranchos e jazz. Era interessante”.

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