A presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande exigiu hoje um “forte investimento” nas estações de tratamento de águas residuais (ETAR) ao longo do rio Lis, depois de ter sido identificada uma descarga poluente efetuada pela ETAR Norte.
Em comunicado, Cidália Ferreira diz ter sido informada pela ETAR Norte, situada no Coimbrão, freguesia do concelho de Leiria, da ocorrência de um “incidente poluente” esta semana, na consequência de “uma avaria em equipamentos internos” daquela estrutura de tratamento.
Como resultado houve “uma descarga poluente para o rio Lis de águas com matéria orgânica”, indicou.
A autarquia denunciou o caso à Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território e pediu uma “reunião urgente” com o ministro do Ambiente e com o presidente do Conselho de Administração das Águas do Centro Litoral (AdCL).
“Como presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande exijo às autoridades competentes a regularização imediata desta situação e exijo igualmente um forte investimento nas estações de tratamento ao longo do rio Lis, de forma a que esta situação nunca mais se volte a repetir”, afirma Cidália Ferreira.
A poluição no Lis, que desagua na Praia da Vieira, no concelho da Marinha Grande, tem contribuído para que “a qualidade de vida [naquela povoação] seja diminuída e os investimentos turísticos colocados em causa”.
A recente avaria da ETAR Norte, “instalação que deve promover a limpeza da água e não ser o agente poluidor da mesma”, foi mais um episódio de uma história que se arrasta há vários anos, lê-se no comunicado.
Para a autarca, a situação “é completamente inaceitável”, exigindo a presidente da Câmara “que sejam acautelados sistemas redundantes de segurança que evitem que, mesmo em situação de avaria de equipamentos, as ETAR façam descargas poluentes para o rio Lis”.
“Não aceito que o concelho a que presido, e que luto para que tenha dinâmica de turismo, esteja a ser submetido a esta situação que prejudica os interesses de todos nós”, acrescenta.
Cidália Ferreira questiona ainda a solução anunciada em julho pelo Governo para o tratamento dos efluentes suinícolas da região, um foco de poluição para o qual uma solução é aguardada há anos, e que passará pela utilização da ETAR Norte:
“Se, não estando a funcionar a 100%, a ETAR em causa já tem estas fragilidades, estará em condições de aumentar a sua capacidade de recolha e de tratamento de resíduos, nomeadamente da produção industrial animal, sem qualquer risco de entrar em colapso?”, questiona a autarca, pedindo garantias à AdCL de que a estação está “devidamente preparada para aumentar a sua capacidade operativa”.
Lusa