Depois de ganhar o mercado nacional através das grandes capitais, a sidra feita no Bombarral tem agora um ponto de venda fixo na capital do distrito que já estreia com novidade
Demorou cerca de um ano e meio. Após receber notoriedade em feiras e concursos, de alcançar diferentes públicos – e fãs – em Lisboa, no Porto e no Algarve, a sidra artesanal feita essencialmente com frutos do Bombarral, sem resquícios de conservantes ou aromas artificiais, passou a ter um ponto de venda em Leiria. O delay não foi por mal, garante Liliana Nóbrega. “Nesta região, apesar do potencial enorme que tem, as coisas novas às vezes custam a entrar”, relata ao observar o panorama em que viu a marca Sidrada nascer. Mas o cenário tem-se alterado. “Os portugueses, aos poucos, já estão a começar a abrir-se”, salienta a empresária que, ao lado de Nuno Clímaco, cuidou de mudar o rumo de décadas de produção familiar, a fim de dar vazão e tirar proveito das frutas que muitas vezes eram desperdiçadas por não corresponderem a determinado padrão estético. Foi então que o casal de namorados investiu e lançou a bebida que pouco tem a ver com as sidras comerciais, habitualmente encontradas nos bares portugueses. Com a declarada missão de investir no Centro nos próximos meses – afinal apresentam-se como “a sidra do Oeste” –, o produto faz parte, desde o fim de agosto, das prateleiras da Lisqueijo, no centro histórico de Leiria. Por ser o primeiro ponto de comercialização na capital do distrito, carrega um forte simbolismo. “Escolhemos o espaço criteriosamente”, comenta Liliana. “Tentamos ter parcerias que realmente façam sentido com o nosso produto e que a combinação também faça sentido”. No que diz respeito à loja de queijos, a associação assemelha-se à filosofia que traçou com o namorado e sócio. “A nossa produção também é pequena. Temos a noção exata de tudo o que acontece com o produto desde que ele é plantado”, sublinha, antes de repetir o que costuma dizer a qualquer pessoa a quem apresente a bebida: “100% fruta, com a menor quantidade de açúcar possível e com menos gás”. Sidrada passa a ser vendida na Lisqueijo, em Leiria No mercado nacional desde 2018, a marca acumulou feitos – as sidras de uma, três maçãs e brut arremataram medalhas de prata e de ouro em concursos nacionais –; aprimorou versões – o espumante atual é o melhor de sempre, atesta Liliana –; e lançou novidades. A mais recente sabe a pera rocha e chega para alcançar outro mérito: colocar a produção artesanal de sidra portuguesa definitivamente no radar do mundo. Ao contrário dos vizinhos espanhóis ou de países como Estados Unidos e África do Sul, que já vivem a chamada craft revolution, Portugal ainda tem pouca representação aos olhos de quem entende e bebe uma boa bebida feita a partir do sumo fermentado. Algo que, se depender de Liliana e Nuno, deve mudar em breve. Sobretudo pela crescente procura e consumo que fez a produção inicial de 500 litros de Sidrada pular para 5 mil litros. “Agora é começar a espalhar pelo mundo, pela Europa principalmente, que existe aqui uma sidra portuguesa”. Com certeza.Sidrada chega finalmente a Leiria e com um novo sabor
Este artigo tem mais de 5 anosDepois de ganhar o mercado nacional através das grandes capitais, a sidra feita no Bombarral tem agora um ponto de venda fixo na capital do distrito que já estreia com novidade.