A empresa Faianças Artísticas Rafael Bordallo Pinheiro comemorou o 135º aniversário da sua fundação com o lançamento da obra “Quimera”, de Alexandre Farto Aka Vhils, nas suas instalações fabris nas Caldas da Rainha.
O artista de arte pública realizou esta obra num ensaio de associar as suas técnicas de intervenção no espaço público com as tradicionais ferramentas usadas pelo caricaturista Rafael Bordallo Pinheiro, nos finais do século XIX. O resultado foi um prato de parede de grandes dimensões – 61 centímetros de diâmetro – que é produzido por encomenda pelo valor de 3.900 euros.
“O rosto que figura neste prato é também uma forma de humanizar a fábrica, evocando as pessoas que fizeram e fazem parte dela e continuam a construir sob o legado de Bordallo. Um símbolo, em suma, da perseverança e da reinvenção, que mantém vivo este processo tradicional de produção”, explicou o artista.
A cerimónia, na terça-feira, 29, juntou convidados e trabalhadores da fábrica, que nos últimos anos tem caminhado na via da inovação e abriu recentemente lojas nos mercados de Madrid e de Paris.
A fábrica de faianças das Caldas da Rainha foi fundada a 30 de junho de 1884, ficando Rafael Bordallo Pinheiro responsável pelos aspetos técnico-artísticos e seu irmão Feliciano Bordallo Pinheiro pelos aspetos organizativos. Após a crise de 2008, a empresa foi adquirida pelo grupo Visabeira que lhe assegurou a continuidade produtiva e histórica.