A Escola Básica 2,3 José Saraiva, em Leiria, está hoje, 18 de novembro, encerrada, avançou o coordenador do S.TO.P – Sindicato de Todos os Professores, citado pela agência Lusa. Em causa está a reclamação por mais funcionários e um subsídio de deslocação para docentes.
“Segundo os profissionais desta escola, há pelo menos 20 anos que a escola não fechava devido a uma greve. A adesão foi brutal”, adiantou o coordenador do S.TO.P, André Pestana.
O dirigente explicou que a adesão à greve se deve à falta de funcionários nesta escola, o que “põe em causa a segurança dos alunos”.
“Nesta escola são 19 funcionários para 923 alunos. O rácio é de 48,5 assistentes operacionais, muito mais do dobro daquilo que o ministro da Educação anda a dizer. Convidamo-lo a vir ao país real e ver o que se passa”, desafiou André Pestana.
O coordenador do S.TO.P lamentou ainda que haja professores que façam diariamente 170 quilómetros: “Temos uma colega que é da Figueira da Foz e todos os dias vem aqui dar aulas [escola José Saraiva] e não tem o horário completo. Ganha cerca de 700 euros e gasta 200 de combustível, além do desgaste do carro”, constata.
“Muitas vezes já não compensa ser professor e depois há falta de docentes em várias escolas”, insistiu.
Por isso, André Pestana desafia o Governo a “dar um subsídio de alojamento e deslocação aos professores que estão deslocados, à semelhança do que sucede com os deputados na Assembleia da República, que ganham 3.500 euros”.
A falta de funcionários “leva à exaustão dos que estão de serviço” e surgem as “questões de violência”.
“Esta não é uma escola muito problemática, mas há um sentimento de impunidade. Disseram-nos que era frequente não haver um único funcionário no recreio desta escola”, denunciou ainda.
André Pestana sublinhou que o S.TO.P “quer valorizar todos os profissionais de educação” e tem a solidariedade de todos, inclusive de pais.
“Não há uma luta de professores contra os pais. Se os docentes não estiverem bem desmotivam e são as crianças que saem prejudicadas”, conclui.
Lusa
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