Um estudo apresentado esta sexta-feira identificou estrangeiros de 40 nacionalidades a residir na União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, nas Caldas da Rainha, no âmbito de um projeto-piloto da autarquia para promover a inclusão plena.
A iniciativa, promovida por aquela união de freguesias, resultou na elaboração de uma Carta Local de Comunidades Estrangeiras apresentada na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha.
O projeto-piloto caracteriza os cidadãos de 40 nacionalidades estrangeiras que se radicaram nos últimos três anos naquele território com cerca de 13 mil habitantes, totalizando 731 estrangeiros.
Os dados apresentados por Ricardo Gomes, autor do estudo, indicam que os estrangeiros a residir na freguesia são oriundos de cinco continentes – Europa, América, África, Ásia e Oceânia – dos quais o continente americano é o que tem maior representação, com um peso de 2,3%, seguido da Europa com 2,1%.
O Brasil é o país de onde são oriundos o maior número de estrangeiros, com 296 residentes, divididos por 19 agregados familiares. Dos 296 residentes, 154 são homens, 142 são mulheres.
No extremo oposto encontra-se a Nova Zelândia, com apenas um cidadão deste país a residir naquela freguesia.
Segundo o estudo, a Europa é o continente com maior número de países representados (19), totalizando uma população de 150 homens e 130 mulheres.
Em segundo lugar em número de países (9), o continente africano contribui com 86 moradores na freguesia, dos quais 32 são homens e 54 são mulheres.
Segue-se a Ásia, com 27 homens e 10 mulheres de quatro países, e a Rússia (cujo território de divide entre a Europa e a Ásia) com oito mulheres e cinco homens.
Com exceção de África e da Rússia, onde “as mulheres estão em maioria”, nas restantes comunidades registam-se mais homens, embora, segundo Ricardo Gomes, se trate de uma população “muito equilibrada”, com apenas mais 23 homens que mulheres.
No conjunto, a média de idades da comunidade estrangeira ronda os 43 anos, sendo a Bulgária o país com residentes mais jovens, apresentando uma média de idades a rondar os 20 anos. Moçambique, por outro lado, é o país com a média de idades (67,5 anos) mais elevada.
Em termos de motivação para a fixação naquela freguesia destaca-se a procura de melhores condições de vida, embora haja também “pessoas que escolheram a região para vir gozar a reforma”, explicou o autor do estudo feito com base “em todas as interações que os cidadãos estrangeiros precisaram de fazer com a junta de freguesia”.
A carta é o primeiro passo de um projeto de integração cultural entre os cidadãos portugueses e as comunidades estrangeiras, que será seguido da criação de um Conselho Local, integrado num projeto mais lato, denominado “Caldas do Mundo”, em que cada uma das comunidades estará representada.
“O que há a fazer agora é a inclusão destas pessoas na comunidade”, afirmou o presidente da União de Freguesias, Jorge Varela, ressalvando que o objetivo é que “as pessoas mantenham a sua diversidade cultural”.
O projeto-piloto desenvolvido pela união de freguesias é o primeiro lançado no concelho das Caldas da Rainha e que Jorge Varela espera ver replicado nas restantes freguesias do concelho.
Lusa
José Rocha disse:
Estive em Caldas durante uma tarde, o o que vi foi gente que nada tem em comum uns com os outros.
Pouco se ouvia falar. Morto. Foi o sentimento que tive. Fiquei mesmo desiludido. É isto o novo Portugal?
Já nem há grandes famílias juntas mas se aínda por cima, não temos nada em comum dentro desta mistura toda…
não vai acabar bem