A primeira etapa do rali Dakar já terminou e os leirienses Ricardo e Manuel Porém concluíram o percurso na 23ª posição da geral, a 39m18s do primeiro classificado.
Segundo Ricardo Porém, o percurso ficou marcado por “imensa pedra”, “tornando-o ainda mais difícil assim como a sua navegação”. Mas nem tudo é mau. O piloto elogia as “paisagens espectaculares neste rumo ao desconhecido desta nova zona da prova”, bem como o “carro que é espectacular e transmite-nos uma confiança enorme para evoluir km após km”, refere, dando ainda conta que a dupla sofreu dois furos.
O terceiro capítulo do Dakar arrancou em Jeddah, Arábia Saudita, para uma etapa de 752 km, 319 dos quais cronometrados, com o lituano Vaidotas Zala a vencer. A caravana chegou a Al Wajh, de onde parte amanhã, segunda-feira, para a segunda etapa, com 367 km de especial, até Neom.
Há outro português em destaque, Paulo Fiúza, copiloto de Stéphane Peterhansel, um “histórico” do rali, que concluiu a primeira etapa na segunda posição, com mais dois minutos que o primeir classificado.
Esta é a primeira edição do rali Dakar na Arábia Saudita e apesar das restrições impostas pela Sharia, a lei islâmica que vigora na Arábia Saudita, os pilotos portugueses presentes na prova acreditam que não vão causar constrangimentos na prova de todo-o-terreno.
No Guia de Boas Práticas distribuído pela organização, a empresa francesa Amaury Sport Organization (ASO), constam algumas proibições, como a presença de carne de porco no acampamento, o transporte e o consumo de álcool ou drogas, além de alguns cuidados com o vestuário, como não usar calções com o corte acima do joelho, circular em público com o tronco descoberto ou com os ombros à mostra.
Para Paulo Gonçalves, que enfrenta o Dakar pela 13.ª vez, agora aos comandos de uma mota da equipa indiana Hero Motorsports, essas restrições “não serão problema”. “Acabam por ser situações normais. Não se pode beber álcool nem consumir drogas, mas, habitualmente, os pilotos também não o fazem. Além disso, a temperatura média ao longo da prova deve rondar os 25 graus, pelo que não está nenhum exagero e não haverá problemas com o vestuário”, acredita o piloto de Esposende.
“É o país deles, são as regras deles e nós aceitámos vir para cá, pelo que temos é de respeitar”, sublinha.
O leiriense Ricardo Porém, que compete na categoria dos automóveis, é da mesma opinião. “Já estive noutros países com o mesmo tipo de restrições e, para mim, não é problema”, referiu, em declarações à agência Lusa, o piloto que em 2019 fez a sua estreia no rali, então na categoria de SSV.
Desta vez está aos comandos de um automóvel Borgward, fazendo equipa com o espanhol Nani Roma, que já venceu a prova em 2004 (em motas) e em 2014 (em automóveis).
MG com Lusa