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Dona do navio em contacto com Adriano Maranhão e a mulher

A Princess Cruises, que detém o Diamond Princess onde o português natural da Nazaré permaneceu infectado com Covid-19, diz estar em contacto com Adriano Maranhão e a mulher.

A Princess Cruises, empresa que detém o navio Diamond Princess onde um português permaneceu infectado com Covid-19, disse esta quarta-feira, dia 26, estar em contacto com Adriano Maranhão e a mulher e que o irá acompanhar até que seja repatriado.

“A Princess Cruises pode confirmar que nossa equipa médica de apoio à tripulação está em contacto com Adriano Maranhão e com a sua esposa. Devido às leis de privacidade, não podemos divulgar detalhes médicos, mas podemos confirmar que o Sr. Maranhão foi transferido para uma instalação médica em terra”, segundo o gabinete de imprensa da empresa.

“A nossa equipa de apoio aos tripulantes continuará em contacto com ele [Adriano Maranhão] e com a sua família para garantir que se sinta confortável até ser repatriado”, adiantou.

Adriano Maranhão, natural da Nazaré, canalizador no navio de cruzeiros Diamond Princess, foi transferido esta terça-feira, dia 25, para o hospital da cidade de Okazaki, Japão, depois de no sábado, as autoridades japonesas terem confirmado que o português deu teste positivo ao coronavírus Covid-19.

Desde que foi conhecido que o português estava infetado com o novo coronavírus, que a sua mulher, Emmanuelle Maranhão, apelou à embaixada portuguesa no Japão e ao Governo Português que para fosse prestada ajuda ao marido.

A Princess Cruises confirmou ainda que já não há passageiros a bordo do navio e que restam no navio menos de 500 tripulantes.

Grande pressão
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta terça-feira, dia 25, que foi “feita permanentemente” uma “grande pressão” para que o português infectado com Covid-19 fosse transferido do navio de cruzeiros para um hospital, mas ressalvou que “quem manda no Japão é o Japão”.

Marcelo Rebelo de Sousa explicou que o desembarque “demorava tempo”, e era feito tendo em conta critérios como “a ordem de gravidade das situações do ponto de vista das autoridades sanitárias japonesas”.

“Era preciso fazer uma grande pressão, que foi feita permanentemente, para deixar passar alguém que estava numa situação que, para eles, era menos crítica, porque era assintomática, porque durante muito tempo não tinha sintomas tão graves como outros tinham”, sublinhou o Presidente, identificando que “explicar isso a uma pessoa é muito difícil, e explicar a quem está aqui à distância e quer estar com o marido, e que sofre, era quase impossível”, acrescentou.

O Presidente da República adiantou igualmente que “ia falando várias vezes ao longo deste tempo” com a mulher de Adriano Maranhão, Emmanuelle, mas nunca conseguiu falar diretamente com ele.

“Tentei falar com ele, nunca consegui (…), mas o que acontece é que é compreensível o estado de espírito dele, até quanto mais eu me empenhava, mais ele estava convencido que era eu que podia resolver o problema, e não percebia que estava o embaixador, estava Ministérios dos Negócios Estrangeiros, estava Ministério da Saúde estava toda a gente, Direção-geral da Saúde, a puxar por aquele caso mas enfim, foi possível a transferência”, referiu.

O Presidente apontou que “uma pessoa que é apanhada de surpresa, sabe que está naquela situação, fica fechado numa cabine, fica sem saber bem qual é o seu estado de saúde, começa, como toda a gente que está solitária e longe da família, começa a empreender e a ficar angustiada e nervosa, e a transmitir cá para fora o seu estado de alma”.

“E é muito difícil explicar a essa pessoa, como foi difícil explicar à sua esposa, à senhora Emmanuelle, que as autoridades estavam a fazer os impossíveis, que quem manda no Japão é o Japão, são as autoridades japonesas, que as autoridades japonesas estavam perante um facto novo, primeiro a situação dos passageiros, depois a situação dos tripulantes”, assinalou.

Ministro agradece
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, agradeceu às autoridades japonesas pela sua cooperação diplomática no caso do português infetado com o coronavírus Covid-19, que foi transportado, esta terça-feira, dia 25, para um hospital no Japão.

“Tenho a dizer uma palavra de duplo agradecimento: quer às autoridades japonesas no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Tóquio, quer à embaixada do Japão em Lisboa, foram muito cooperantes, diria mesmo inexcedíveis no apoio que nos deram”, disse Augusto Santos Silva.

Santos Silva endereçou ainda a sua gratidão aos próprios funcionários diplomáticos portugueses, quer em Tóquio, quer em Lisboa, “que foram incansáveis nas diligências que fizeram para que a transferência se fizesse e para que a pessoa em causa e a sua família, tivessem o melhor apoio possível”.

“Em relação ao nosso concidadão, o nosso objetivo foi alcançado”, frisou o ministro, explicando que desde que se tomou conhecimento de que as análises ao coronavírus Covid-19 tinham dado positivo o objetivo passava por “garantir o melhor tratamento médico”.
“Passava pela transferência desde o navio para um hospital de referencia, isso foi conseguido”, sublinhou.

“Acompanhamos os tripulantes que estão no navio e não apresentam sintomas e cujas análises tiveram resultados positivos, ou seja, deram negativo [à presença do vírus]. Essa é a nossa responsabilidade e obrigação, sempre em colaboração com as autoridades locais”, salientou.

Lusa

 

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