Escolha de Carlos André para traçar Estratégia 2030 divide executivo
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Carlos André, ex-Governador Civil de Leiria, é o escolhido pela Câmara de Leiria para liderar o planeamento estratégico do concelho para a próxima década.
Ex-Governador Civil de Leiria irá coordenar trabalho durante um ano Foto de arquivo
Os elogios são muitos. “É um professor brilhante”, “tem um profundo conhecimento do território”, com “grande honestidade e intelectualidade” mas a escolha divide opiniões e a forma de pagamento também. Carlos André, ex-Governador Civil de Leiria, é o escolhido pela Câmara de Leiria para liderar o processo de elaboração da Estratégia 2030 de Leiria.
O trabalho, que o também ex-Diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra irá desenvolver, terá a duração de um ano e tem como objetivo ouvir diferentes especialistas e entidades da região, para preparar o documento que vai orientar o município para o período 2021-2030, “resolvendo problemas instalados e tendências verificadas”, “prevenindo o impacto das mudanças disruptivas” como “as exigências decorrentes das grandes alterações tecnológicas em curso e as provenientes das alterações climáticas”.
Para isso, o documento vai centrar-se em quatro desafios temáticos: Pessoas, Sustentabilidade, Território e Produção-Qualificação-Inovação, fruto de múltiplos fluxos (especialistas convidados, entidades consultadas e uma reflexão interna), refere a autarquia.
No final, a Estratégia 2030 ficará na posse da autarquia e servirá de base para possíveis candidaturas e “ampla liberdade” de utilização. Carlos André vai receber 35 mil euros pela elaboração do documento.
Os vereadores do PSD, em reunião de executivo, na passada terça-feira, votaram contra a deliberação por considerarem que Carlos André, “e só ele, não é a pessoa competente para elaborar o plano estratégico”, apesar do profundo conhecimento histórico e geográfico que tem do concelho.
O trabalho desenvolvido por Carlos André para a elaboração da Estratégia 2030 para Leiria custa aos cofres da autarquia 35 mil euros. O valor será pago em direitos autorais, isto é, concluído o documento, a autarquia ficará com a transmissão total e definitiva do conteúdo patrimonial e com ampla liberdade para o usar como, onde, por que meios e para que finalidades entenda
Álvaro Madureira entende que a “situação é estranha”, defende que o “município tem uma riqueza enorme” nos técnicos, nos deputados das diferentes bancadas da Assembleia Municipal e nos presidentes de junta de freguesia para conseguir elaborar o documento e que o valor a pagar é feito “à custa do erário público”.
O vereador Fernando Costa entende ainda que o “documento é eleitoral e eleitoralista” e que a ligação de Carlos André como mandatário da candidatura de Walter Chicharro à Federação Distrital de Leiria do PS não pode ser esquecida neste contexto.
Para o presidente da Câmara, a escolha “é justificada pela necessidade de garantir a mediação de uma personalidade de reconhecido prestígio público, que conheça o território, que tenha exercido cargos que obrigassem à procura de consensos, com experiência de articulação entre os diversos atores do território, com capacidade para coordenar grupos e o projeto em estreita articulação com o município”.
“Ele sabe ouvir, conhece agentes políticos, económicos e sociais, aceitou as condições definidas e a metodologia proposta e não só sabe o que tem que ser feito como aceitou fazê-lo. (…) sente-se motivado e preparado”, explicou o autarca, rejeitando qualquer objetivo eleitoral e ligações ao PS para a escolha anunciada.
Recorde-se que Carlos André é natural de Monte Real, foi Governador Civil do Distrito de Leiria entre 1996 e 2002, diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra entre 2006 e 2013, assumindo depois funções como diretor do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau entre 2013 e 2018.
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