Adriano Maranhão, ao REGIÃO DE LEIRIA: “Sim, já posso deixar a unidade hospitalar”
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“Ainda não estou a tratar disso [da viagem de regresso] com a companhia. Em principio amanhã [segunda-feira, dia 2] deixo a unidade hospitalar”, adiantou o tripulante do navio Diamond Princess.
“Sim, já posso deixar a unidade hospitalar” confirmou na manhã deste domingo, dia 1, Adriano Maranhão ao REGIÃO DE LEIRIA. A notícia foi avançada pouco antes pela sua mulher, na Nazaré.
“Ainda não estou a tratar disso [da viagem de regresso] com a companhia, que já fez saber que me vai mandar um agente. Em principio amanhã [segunda-feira, dia 2] deixo a unidade hospitalar”, adiantou o tripulante do navio de cruzeiros Diamond Princess.
“Já tenho alta do hospital e posso sair quando quiser, é só vir o agente da companhia buscar-me e posso sair”, reforçou Adriano Maranhão, o primeiro português infetado com Coronavírus (Covid-19).
“Após as duas análises às narinas e saliva, estávamos a aguardar que as duas dessem negativo, porque assim ficaria então comprovado que não é portador, nem está contagioso, nem sequer tem a doença dentro do sistema dele”, explicou a sua mulher, Emmanuelle Maranhão.
O marido teve um resultado positivo e dois negativos à presença do Coronavírus: “Fez umas únicas análises, logo no início, com uma zaragatoa, que deu positivo ainda no navio. Depois foi transportado, ficou toda a semana em quarentena, monitorizado e a cumprir os procedimentos, mas sobre esse quadro clínico foram também feitas mais duas análises, com um período de 48 horas entre elas, razão porque só soubemos hoje”.
As análises com 48 horas de diferença tiveram em vista resultados “mais fiáveis” e “dar tempo para ver se dentro do corpo alguma coisa se manifestava”.
Emmanuelle Maranhão mostra agora esperança no regresso em breve do marido: “Ao fim deste tempo todo, ele não tem nada neste momento e teve os dois exames negativos. Já tem na mão o certificado de alta médica, por estar saudável. Agora para regressar vai ser outro procedimento”.
Neste sentido, deverá ser a empresa para a qual Adriano Maranhão trabalha a “tratar do regresso dele de forma mais oficial e a levá-lo para um hotel”.
“Tem de ter os papéis para desembarque e depois voltará num voo”, afirmou, considerando ter recebido este domingo, dia 1, “a melhor notícia” que a acordou logo cedo de manhã: “Depois deste esforço, agradeço a todos este desfecho feliz”.
“Aos meus amigos um grande obrigado do coração. Foram os grandes heróis desta luta, porque foram eles que me deram força com as suas mensagens de apoio, porque é nestes momentos que me orgulho de ser português. Nós somos uma família e nunca abandonamos a família”, disse AO REGIÃO DE LEIRIA Adriano Maranhão, adiantando que quando regressar faz “todos os agradecimentos às autoridades portuguesas”.
“A minha esposa é a mulher mais incrível que algum dia eu poderia encontrar. Nem sei o que dizer, porque o que fez por mim, pela nossa família, foi incrível. Eu direi mesmo que já não se encontram mulheres assim. E-me difícil descrever o que ela é, de tão importante para mim, porque foi quem conseguiu mobilizar esta onda humana que se espalhou pelo Mundo, não foi só a nível nacional”, disse.
Adriano Maranhão agradeceu ainda ao autarca da Nazaré: “Não poderia nunca esquecer o meu presidente da câmara da Nazaré, o senhor Walter Chicharro – é uma das pessoas mais incríveis que conheci até hoje, e também nunca deixou que eu caísse”.
Natural da Nazaré, o canalizador no navio Diamond Princess foi transferido na terça-feira, dia 25 de fevereiro, para um hospital da cidade de Okazaki, Japão, depois de no sábado anterior as autoridades japonesas terem confirmado que tinha apresentado teste positivo ao Coronavírus Covid-19.
Tem 41 anos e três filhas, de 3, 5 e 8 anos
Carlos Ferreira, com LusaJornalistaredacao@regiaodeleiria.pt
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