Nove autarquias de vários pontos do país constituíram dia 3 de março, em Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, a Associação de Municípios Portugal Romano, que pretende preservar a herança romana e promover o turismo cultural.
Além de Condeixa-a-Nova, onde aconteceu a cerimónia e por onde passam mais cem mil visitantes por ano, no maior complexo de ruínas romanas em Portugal, Conímbriga, integra a associação o município de Ansião, onde existe uma villa romana preservada no Complexo Monumental de Santiago da Guarda.
São também fundadoras da associação as câmaras de Braga, Oliveira do Hospital, Penela, Santiago do Cacém, Seixal, Tomar e Vidigueira.
“É um dia histórico para a valorização do património romano. A associação é um veículo para a promoção e valorização do património romano, que consideramos estar de alguma forma esquecido”, disse na apresentação Nuno Moita, presidente do município de Condeixa-a-Nova, onde fica instalada a sede.
Para o autarca, um dos objetivo passa por preservar o património, “que é um produto cultural turístico já feito, que é preciso valorizar, porque tem um grande potencial de visitação”.
“A associação é um veículo para conseguir agregar vontades, outras participações e para reivindicar um programa específico no quadro comunitário que se aproxima”, disse Nuno Moita, adiantando que existem mais municípios interessados em integrar o projeto.
Segundo o presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, o grande objetivo é “criar uma rede de âmbito nacional que possa levar à criação da Rota do Romano, que não existe, e estabelecer parcerias europeias, particularmente com a Rede de Cidades Romanas do Atlântico”.
A herança romana destaca-se no Complexo de Santiago da Guarda, onde existem vestígios de uma villa romana do Baixo Império Romano (construída entre os séculos IV e V)
Também o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, considerou que a questão mais importante “é a promoção e valorização de um património que estes municípios possuem”.
“Temos obrigação de criar e potenciar uma rede de municípios que possa potenciar este património e criar perspetivas de financiamento comunitário”, disse à agência Lusa.
O autarca, que no seu território alberga as ruínas de Miróbriga, que registam quase 15 mil visitas anuais, prevê que a Associação de Municípios Portugal Romano desenvolva “um trabalho em rede, de articulação, para a valorização da presença romana no país, que foi um momento importante na história”.
De acordo com os estatutos, a associação tem por fim a promoção de uma ação cultural e social constante, tendo em conta a existência “de uma herança romana como valor identitário do nosso país, bem evidenciado nos monumentos romanos do território dos municípios associados”.