Mente sã em corpo são e fazer do telemóvel o seu melhor amigo são algumas das estratégias que pode assumir, durante o tempo em que vai permanecer em casa, em isolamento social, para manter a forma física.
Se o ginásio fechou, não é adepto de corridas e tem que ficar a cuidar do seu filho, saiba que a simples brincadeira de jogar às escondidas é uma das alternativas que pode adotar para se movimentar.
Quem o diz é Pedro Morouço, docente do Politécnico de Leiria e coordenador do mestrado em Prescrição do Exercício e Promoção da Saúde, que dedicou o passado sábado à brincadeira infantil com as suas filhas.
“As minhas filhas têm 3 e 5 anos e brincam nos nossos treinos. Já sabem, de forma desengonçada, fazer polichinelos e burpees. Servem de carga nos agachamentos e contribuem muito para a risada geral.”
Pedro Morouço, docente do IPLeiria
“O mais importante é perceber que o movimento vai fazer muita falta. Se em primeira instância parece que me estou a referir a questões do corpo, nem por isso. Estou mesmo preocupado é com o bem-estar mental, para o qual o exercício pode ser um coadjuvante fundamental. Claro que, como profissionais de exercício físico, falamos de imediato das vantagens para o sistema imunitário. Mas, nestes tempos difíceis, vai ser muito importante estarmos bem com nós próprios e com quem nos rodeia”, explica
Não há exercícios pré-definidos, mais recomendados num período de isolamento ou inovadores. “O mais importante é arranjar estratégias para passar o menos tempo possível parado”, diz.
Colocar um alerta no telemóvel para se mexer a cada 30 minutos, aproveitar as chamadas telefónicas para poder andar pela casa e evitar o uso excessivo de televisão são outros conselhos que o investigador deixa para que não se descure a forma física.
Por esta altura, tempo será algo que não vai faltar. Se juntar imaginação ao conhecimento, então terá das ferramentas “mais úteis” para desanuviar o facto de estar em casa.
“Se falamos de quem não tem hábito treinar de forma regular e vigorosa, deve procurar mexer-se. Imaginação ao rubro. Atividades com os filhos, com o cônjuge, etc. Quem é praticante assíduo sabe que pode continuar a fazer um leg press com a carga do peso do cônjuge. Uma imaginação que resulta em treino muscular, mas também de foro mental com diversão e companheirismo à mistura… aspetos que vão ser tão importantes nos próximos tempos”, salienta.
Pedro Morouço volta a recorrer ao seu caso pessoal para deixar algumas dicas para envolver todo o agregado familiar. “As minhas filhas têm 3 e 5 anos e brincam nos nossos treinos. Já sabem, de forma desengonçada, fazer polichinelos e burpees. Servem de carga nos agachamentos e contribuem muito para a risada geral”, diz.
“Depois há ainda os momentos delas, onde também podemos estar ativos. Uma gincana feita com um túnel de cadeiras e almofadas, seguido de contorno de brinquedos, treparem o sofá e deslize no escorrega. Passam por baixo da mãe que está em prancha e saltam para as cavalitas do pai que as leva a correr para a próxima estação”, descreve, considerando-se “um felizardo” por poder usufruir destes momentos numa altura em que o país está a enfrentar a pandemia da Covid-19.