Cerca de mil quilómetros é a distância que Jorge Santos estima percorrer numa maratona de entrega de viseiras a diversos hospitais do país. A ideia é ajudar quem está na linha da frente da luta contra a Covid-19 e Caldas da Rainha e Leiria estão no mapa deste empresário.
Natural de Lisboa, considera-se “cidadão do mundo” e não hesitou quando teve conhecimento que um amigo estava a fabricar viseiras para venda. “Disse-lhe que queria comprar mil unidades, para começar”, conta Jorge Santos ao REGIÃO DE LEIRIA.
Neste domingo, dia 22, fez-se à estrada com o apoio da mulher para entregar as primeiras viseiras aos municípios onde a sua empresa de comunicação e publicidade exterior opera.
“Acho que é o mínimo que posso fazer em prol das comunidades onde nós trabalhamos”.
Jorge Santos
A primeira paragem foi em Coimbra, na manhã de ontem, e seguiu-se depois Figueira da Foz, já pela tarde. Foi recebido pelos presidentes de câmara, a quem entregou 50 unidades, e que depois farão a distribuição pelos hospitais.
Já nesta segunda-feira, dia 23, passou a manhã nas Caldas da Rainha, onde o esperava o presidente da câmara Fernando Tinta Ferreira e o vereador Hugo Oliveira que receberam, “para começar”, 50 unidades.
Em conversa com o REGIÃO DE LEIRIA, pelas 15h30, seguia a caminho de Viseu para aí deixar mais meia centena de viseiras para os profissionais de saúde. Ainda hoje encontrar-se-à também com o presidente de câmara de Vila Real, com quem deixará 100 destas ferramentas de proteção.
A Leiria chegará até ao final desta semana, “na quarta ou na quinta-feira”, também uma centena de viseiras para os hospitais.
A vontade de ajudar o próximo não é estranha para Jorge Santos, de 56 anos, que diz ser “uma pessoa de causas e que vai até à exaustão por elas”.
“Os nossos profissionais de saúde estão com um défice muito grande destes materiais e, por isso, temos de dar o melhor de nós para os ajudar”, completa.
O desafio já foi lançado a amigos próximos e as outras empresas para que sigam o seu exemplo e garante que não tem data marcada para terminar a ação. As entregas estão dependentes da disponibilidade do material de fabrico, boa parte importado de Espanha.
“Eu podia estar em casa no sofá, a ver séries na Netflix, a comer chocolates e a dormir, mas não é a minha praia. Não sou pessoa de baixar os braços”.
Jorge Santos
Para Jorge Santos, esta é também uma forma de deixar um legado imaterial às três filhas e aos quatro netos para que se lembrem que o avô andou na estrada. “Nós só morremos quando se esquecem de nós”, conclui.