As associações de proteção animal e algumas autoridades locais têm partilhado nas plataformas digitais apelos para que as pessoas não abandonem os seus amigos de quatro patas em tempos de Covid-19.
De facto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), “não há evidências de que um cão, gato ou qualquer animal de estimação possa transmitir a Covid-19”.
No entanto, a OMS reforça a importância da lavagem das mãos antes e após o contacto com qualquer animal.
A Guarda Nacional Republicana foi uma das autoridades que partilhou um apelo na sua página no Facebook.
A nível local, as associações de proteção animal da região de Leiria têm aproveitado a visibilidade na mesma plataforma digital para dar conta das medidas de prevenção relacionadas com o novo coronavírus, lançando apelos à população.
A Associação Desprotegidos, em Leiria, cancelou os eventos que tinha marcados e encerrou ao público por tempo indeterminado. Apenas os voluntários se deslocam às instalações para garantir a alimentação dos cães e limpeza do espaço. Ainda no concelho, a Associação Zoófila de Leiria suspendeu as cãominhadas mensais.
Na Marinha Grande, a Casa Esperanza interrompeu as visitas e adoções até novas indicações das autoridades de saúde.
No mesmo concelho, a Associação Protectora de Animais da Marinha Grande (APAMG) também limitou os contactos pessoais. Ao REGIÃO DE LEIRIA, Catarina Contente, da APAMG, diz que teme que os abandonos venham a aumentar e que as pessoas deixem de cuidar dos seus animais e de outros que vivem na rua.
“Por uma questão de saúde pública futura, os animais têm de ser tratados, não os podemos deixar morrer à fome”, afirma.
A responsável da APAMG apela a que quem conheça donos que estejam internados ou não possam regressar a casa para que cuidem dos seus animais ou contactem as associações e autoridades locais.
Nas Caldas da Rainha, a Associação Protectora dos Animais Abandonados (CRAPAA), que também cancelou as iniciativas planeadas, lamenta que a decisão possa, “a longo prazo, refletir-se nas finanças da associação” e na reserva de ração, que durará apenas até ao final deste mês, alerta Carla Lourenço, responsável na associação.
A nível de voluntariado, ali mantêm-se a ajudar o número mínimo necessário de pessoas para limpeza do canil e alimentação dos cães.
As associações de proteção animal são espaços onde, por norma, os hábitos de higiene e desinfeção já são reforçados, uma vez que os voluntários executam regularmente tarefas de limpeza dos espaços.
O PAN – Leiria também se manifestou na sua página de Facebook sobre o assunto.