Um grupo de alunos da Escola Básica 2,3 Dr. Correia Mateus, em Leiria, agrediu uma gata, a pontapé, na passada quarta-feira, dia 4.
A situação aconteceu dentro do estabelecimento de ensino, durante o intervalo da hora de almoço, e foi interrompida quando outra aluna, de 14 anos, pediu aos colegas que parassem com os atos de violência.
A Associação Zoófila de Leiria (AZL) deslocou-se ao local para recolher a gata, depois de ter sido contactada pela aluna, que ligou “a chorar”, conta Ana Morgado, presidente da AZL.
“A menina tentou pedir ajuda, mas não recebeu qualquer ajuda por parte da escola”, explica.
Ao chegar às instalações, a responsável da associação foi “proibida”, no momento, de entrar para recolher o animal.
Foi a aluna do 9º ano que acabou por fazê-lo, com a ajuda de um grupo de amigos, depois de ter ido ao exterior da escola recolher uma transportadora e uma toalha entregue pela responsável da AZL.
“É grave, estamos a falar de uma menina de 14 anos que teve de sair das instalações para vir buscar a transportadora”.
Ana Morgado, presidente da Associação Zoófila de Leiria
Entretanto, a responsável já estava a sair do parque de estacionamento da escola, com o animal dentro do carro, quando recebeu autorização da direção da escola para poder entrar no estabelecimento.
A gata foi levada ao veterinário e, apesar de não ter ferimentos, tinha “o corpo dorido e levou uma injeção de anti-inflamatório para não ter dores”, explica.
Ao REGIÃO DE LEIRIA, a PSP de Leiria confirma que “ontem (quarta-feira) ao final da tarde, foi denunciada na Esquadra Complexa de Leiria, uma situação de maus-tratos a animais de companhia, um gato, ocorrida em estabelecimento de ensino de Leiria”.
Já na manhã desta quinta-feira “foram efetuadas diligências, através da equipa do Programa Escola Segura, com vista à identificação dos autores dos maus-tratos”, acrescenta a polícia.
A informação foi encaminhada para o Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria e o processo encontra-se na fase de inquérito.
O REGIÃO DE LEIRIA contactou a direção da Escola Básica 2,3 Dr. Correia Mateus que, dois dias depois do episódio, “confirma a data mas não as circunstâncias”.
De acordo com a direção da escola, o animal tem sido visto dentro do estabelecimento de ensino pelo menos desde o dia 20 de fevereiro e “foi bem tratado pela comunidade escolar”, indica, em resposta escrita.
“Esteve alguns dias sem aparecer e a 4 de março estava na escola, supostamente, com sinais de maus tratos que não podemos confirmar se tinham sido concretizados na escola ou por alunos”.
direção da Escola Básica 2,3 Dr. Correia Mateus em nota escrita
A direção da escola instaurou um processo interno de forma a apurar se houve uma situação de maus-tratos à gata e caso se confirmem “os responsáveis serão, obviamente, responsabilizados”.
Na resposta enviada ao nosso jornal, a direcção explica ainda que foi contactada por telefone por um membro da associação animal a solicitar autorização para a entrada de uma voluntária que se encontrava no local mas que “ninguém da associação se apresentou à assistente operacional que se encontrava na secretaria” e que, de acordo com a funcionária, “foi a aluna que se dirigiu” à entrada da escola.
No esclarecimento, os responsáveis da escola dr. Correia Mateus indicam que a aluna, que efetuou o resgate, “transmitiu à associação que ‘achava que alguém tinha batido no gato'”. A direção da escola falou com outros alunos que apoiaram no resgate do animal e que “também não viram, nem sabem se alguém terá agredido o gato”.
A situação será desenvolvida na edição semanal do REGIÃO DE LEIRIA de 12 de março de 2020.
Notícia atualizada com esclarecimento da direção da Escola Básica 2,3 Dr. Correia Mateus a 6 de março de 2020, às 19 horas.
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