A urgência geral do Hospital de Santo André (HSA) foi hoje reestruturada e dividida em duas áreas: a “Área Covid-19” para o tratamento de utentes infetados com o novo coronavírus (SARS-CoV-2) ou com suspeita de infeção; e a “Área não Covid-19” para os doentes que recorram àquele serviço para tratamento de outras patologias.
A medida, anunciada esta noite em comunicado pelo Centro Hospitalar de Leiria (CHL), visa dar cumprimento às orientações emanadas da Direção-Geral da Saúde (DGS) considerando a entrada na “fase de mitigação”.
“Na ‘Área Covid-19’ serão tratados os doentes com queixas respiratórias e sintomas gripais como tosse, expetoração, falta de ar ou febre, e tenham vindo de áreas de transmissão comunitária nos últimos 14 dias, e/ou tenham estado em contacto com pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus”, explica a unidade.
A pré-triagem de doentes com suspeita de infeção passa a ser efetuada na tenda de campanha cedida pelos Bombeiros Voluntários de Leiria, e instalada junto à Urgência Geral. A avaliação é feita por “um enfermeiro devidamente protegido com equipamentos de proteção individual”, que, com base num breve questionário, definirá se “o doente tem ou não critérios para ser considerado caso suspeito, para posterior validação”.
Os casos considerados suspeitos são encaminhados para a “Área Covid-19” – que ocupa a antiga “área de verdes”, para realização de colheita. As amostras são posteriormente enviadas para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), onde serão efetuados os testes de contágio e averiguação dos resultados (positivo/negativo).
O CHL adianta ainda que estes testes passarão a ser realizados no seu laboratório até ao final da semana, de modo a “obter resultados de forma mais célere, num prazo entre cinco a seis horas”.
“No momento da realização do teste, a DGS é informada de que o doente é um caso suspeito; o doente é enviado para casa e aguarda o resultado, sendo posteriormente contactado pela autoridade de saúde local”, refere ainda o comunicado.
“Aos doentes com resultado positivo, que não manifestem sintomas graves e tenham sido enviados para casa” com os procedimentos a seguir, “serão novamente contactados no sentido de avaliar se há necessidade de voltarem ao hospital ou se poderão continuar em casa, sob vigilância”, acrescenta a unidade.
Já os doentes que apresentem insuficiência respiratória serão colocados na “Área Covid-19”, onde aguardarão o resultado do teste. Os casos positivos serão encaminhados para a “Unidade de Internamento Covid-19” (antiga Unidade de Internamento de Cuidados Intermédios), equipada com 20 camas e 20 ventiladores.
Para estas duas áreas serão destacados profissionais em exclusivo, com turnos de urgências de oito horas. O CHL explica ainda que foram definidos circuitos exclusivos para os doentes infetados, que inclui uma máquina de TAC. Todo o tratamento a estes doentes será efetuado no piso 0 para evitar o uso de elevadores.
Na unidade de cuidados intensivos, existem ainda dois quartos de pressão negativa equipados com ventiladores para serem usados em exclusivo para doentes Covid-19, refere o CHL, acrescentando estar a preparar outras áreas do HSA para aumentar a zona de triagem e prestação de cuidados de saúde a doentes infetados pelo SARS-CoV-2.
Além da reorganização das zonas de espera, para evitar aglomerados de pessoas, o HSA está também a proceder à monitorização de temperatura a profissionais, utentes e acompanhantes.
No âmbito das medidas de contingências, o HSA restringiu as consultas presenciais, com exceção das “prioritárias” e “muito prioritárias”, sendo as outras realizadas por telefone. O objetivo é “reduzir para cerca de um terço a afluência à Consulta Externa”, esclarece a unidade, referindo que os utentes têm sido informados por SMS destas alterações.