O encerramento de restaurantes e cantinas escolares, a indisponibilidade de voluntários e a atual conjuntura nacional levou a ReFood Leiria a suspender a atividade, por tempo indeterminado, e com isso deixar de apoiar perto de meia centena de famílias beneficiárias.
“Temos muita pena porque numa altura em que as pessoas têm mais necessidades, é quando temos que parar a atividade”.
César Lopes, responsável da ReFood Leiria
Em atividade em Leiria há quatro anos, o movimento voluntário trabalha para eliminar o desperdício de alimentos, com a recolha de refeições em mais de 45 locais e distribui mais de 4.200 refeições por mês a 96 beneficiários e seis instituições. Tudo graças ao trabalho voluntário de 211 cidadãos que dedicam duas horas por semanas a ajudar a atividade da ReFood Leiria. Os últimos dados, referentes a fevereiro, mostram que foram entregues 4.955 refeições completas.
“Tivemos que parar, primeiro, porque as fontes de alimento fecharam, os restaurantes pararam a atividade e as cantinas escolares também. Depois, deixámos de ter voluntários. Numa primeira altura demos liberdade a cada um para decidir o que fazer e depois, naturalmente, deixámos de ter capacidade de resposta”, explica ao REGIÃO DE LEIRIA.
“Chegamos à conclusão de que não tendo fontes de alimentos e voluntários e, obviamente, por questões de segurança e proteção, não podíamos continuar”, diz.
A suspensão da entrega de refeições começou na segunda-feira, dia 15, e os coordenadores da ReFood Leiria já encaminharam duas famílias, “que nos contactaram aflitas, sem nada para comer”, para outras instituições de Leiria. “Com esta situação de emergência, não temos hipótese de dar resposta”, salienta César Lopes.
Leiria não é caso único. A nível nacional, os 60 núcleos da ReFood estão suspensos. Em declarações à agência Lusa, o fundador da ReFood em Portugal, Hunter Halder, garantiu que se está a “trabalhar nos bastidores para encontrar soluções” durante um período de transição.
“Esta foi a nossa opção e retomaremos logo que seja possível e as condições estejam reunidas”, conclui César Lopes, da ReFood Leiria.