Morreram mais três pessoas de Pombal devido a complicações associadas à Covid-19, elevando para oito as mortes registadas no concelho nas últimas três semanas.
Entre as vítimas está uma mulher de 79 anos, residente em Meirinhas, que se encontrava internada na unidade de cuidados intensivos do Hospital de Leiria há alguns dias. O marido, que também testou positivo, aguarda recuperação em casa com acompanhamento das autoridades de saúde.
Em declarações ao REGIÃO DE LEIRIA, José Ruivo, delegado de saúde do concelho de Pombal, suspeita que o contágio tenha ocorrido no dia em que a senhora fez anos, no passado dia 17 de março, data em que recebeu a visita de familiares de França. O responsável reforça o alerta para os riscos acrescidos nos contactos com quem viaja e os cuidados que quem viaja deve ter ao chegar a Portugal.
Foi também hoje dada a conhecer a morte de mais dois homens, ambos doentes renais, que estavam a ser acompanhados no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), onde estavam hospitalizados. Segundo José Ruivo, o mais novo tinha 75 anos e era utente do lar de S. Barnabé, em Pombal. Os restantes utentes foram testados, não havendo registo de outros casos positivos na instituição.
Já o doente de 80 anos, também residente em Pombal, começou com sintomas dois dias depois de uma deslocação a Coimbra, tendo sido internado há cerca de uma semana no serviço de Nefrologia onde veio a falecer.
Para tentar travar a propagação do vírus entre os doentes renais, José Ruivo já emitiu uma ordem de serviço que obriga o centro de diálise PombaDial a testar todos os novos doentes.
“Todos os casos que temos em Pombal estão, até ao momento, identificados e têm ligação a lares, ao serviço de Nefrologia do CHUC – ou porque foram à consulta ou porque foram fazer diálise – ou a contactos com emigrantes”, refere o delegado de Saúde, que não esconde a sua preocupação com a eventual perda de controlo da identificação doentes infetados e dos respetivos contactos.
Segundo explica, com a nova orientação emanada da Direção-Geral da Saúde (DGS) que atribui aos médicos de família competências para sinalizar e vigiar os casos positivos, a informação deixa de estar centralizada nas unidades de saúde pública (USP) locais, podendo a informação ser partilhada tardiamente o que pode dificultar a investigação e identificação de eventuais contactos.
José Ruivo alerta por outro lado para o facto de não existir obrigatoriedade dos laboratórios privados reportarem os testes realizados e respetivos resultados à USP.
Sem partilha atempada de informação, a intervenção com vista ao isolamento das pessoas poderá ser mais demorada e a propagação mais rápida, teme o responsável, afirmando que, por enquanto, a delegação de saúde de Pombal tem todos os contactos dos doentes infetados localizados.