A região Oeste vai perder este verão mais de um milhão de visitantes e sofrer impactos económicos ainda não contabilizados devido ao cancelamento de festas, festivais e eventos até 30 de setembro, aprovados pelos 12 municípios da OesteCim.
Caldas da Rainha regista uma elevada perda de visitantes na Feira dos Frutos, Tasquinhas de Verão e festival “Oeste Lusitano”, a primeira com cerca de 100 mil entradas e os segundos entre as 80 e as 100 mil pessoas.
Com um orçamento de 300 mil euros, a Feira dos Frutos “tem um grande impacto económico, mas sobretudo ao nível da atratividade do concelho”, afirmou o presidente, Fernando Tinta Ferreira, sublinhando ainda “o grande prejuízo para as coletividades e associações”, impedidas de realizar as Tasquinhas, cujo orçamento ultrapassa os 150 mil euros.
Por realizar ficam ainda todos os eventos do “Caldas Anima”, que incluiria espetáculos na cidade, nas freguesias e nas zonas balneares.
Com um orçamento de 150 mil euros e atraindo cerca de 150 mil visitantes, ao longo de 16 dias, o cancelamento do Mercado Medieval de Óbidos vai deixar 12 associações do concelho com “menos 50% da receita anual” e a empresa municipal Óbidos Criativa “numa situação financeira muito complicada”, disse Humberto Marques, presidente do município.
A juntar ao cancelamento do Festival de Chocolate (que deveria ter acontecido de 24 de abril a 3 de maio), a não realização do Mercado Medieval deixa a empresa com “capacidade de assegurar os 45 mil euros de despesas fixas mensais, incluindo 16 ordenados, apenas até ao final do ano”, explicou o autarca sublinhando a necessidade de o Governo “definir apoios” para estas empresas.
Em Alcobaça, ficam pelo caminho a Feira de S. Bernardo (20 de agosto), Aljubarrota Medieval (14 de agosto) e o Cister Música (julho), o maior festival de música clássica do país, organizado com o apoio do município.
A feira que assinala o feriado municipal teria um orçamento de 300 mil euros e uma expectativa de 60 a 70 mil visitantes. Já a recriação histórica de Aljubarrota movimentaria cerca de 40 mil pessoas e o Cister Música cerca de 8.500 espectadores.
No Bombarral, não se realiza em agosto o Festival Nacional do Vinho e Feira da Pera Rocha enquanto, na Nazaré, foram cancelados as Festas do Sítio (com um orçamento de 100 mil euros e que atraem milhares de espetadores) e o “Esquininhas”, cujo concerto final atrai normalmente cerca de 50 mil pessoas.
Em Alenquer, é cancelado o Festival Alma do Vinho, também previsto para setembro. “É um evento de promoção do vinho, logo de socialização e decidimos adiar”, afirmou o presidente da câmara, Pedro Folgado, à agência Lusa. O evento deveria contar com 45 mil visitantes e teria um orçamento de 250 mil euros, despesa que a autarquia vai aplicar nas medidas de combate à pandemia.
Torres Vedras é, de entre os 12 concelhos do Oeste, aquele onde mais eventos serão cancelados até ao dia 30 de setembro, com a secular Feira de S. Pedro, que deveria realizar-se em junho, a representar um corte de mais de 200 mil visitantes.
“É uma medida dura porque é o ponto de encontro de todos os torrienses, mas tem de ser”, disse o presidente deste município, Carlos Bernardes, à agência Lusa. O evento, que se realiza há 726 anos, tinha um orçamento de 273 mil euros e uma expectativa de receita de cerca de 321 mil euros.
Ainda em Torres Vedras, são cancelados o Carnaval de Verão, em junho, e o Festival Ocean Spirit, em julho, ambos em Santa Cruz.
O Festival Ocean Spirit iria ter um orçamento de 422 mil euros, 310 dos quais da empresa municipal Promotorres e 112 mil da associação Sealand, sendo esperada uma receita de 250 mil euros.
Na região, estão ainda canceladas as Festas de Peniche, com a tradicional procissão do mar, e as Festas de Verão de Arruda dos Vinhos, ambas em agosto, as festas de Sobral de Monte Agraço, em setembro, assim como a Recriação da Batalha do Vimeiro (com 15 mil visitantes), em julho, e o Festival Sons na Areia, em agosto, ambos na Lourinhã.