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Covid-19: Santuário reforça apelo aos peregrinos para evitarem deslocação a Fátima a 12 e 13 maio

Os peregrinos são desafiados a acenderem, todos os dias, nas janelas de suas casas, uma vela, “um dos atos mais icónicos de Fátima”.

Fotografias: Joaquim Dâmaso

O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, pediu hoje aos peregrinos que não se desloquem ao recinto nos dias 12 e 13 e que façam a peregrinação “pelo coração”, devido à pandemia de covid-19.

Numa mensagem dirigida aos peregrinos a propósito da Peregrinação Internacional Aniversária de maio, Carlos Cabecinhas refere que, pela primeira vez na sua história, o Santuário de Fátima vai celebrar esta data sem peregrinos nos seus espaços.

“Este é um momento doloroso: o santuário existe para acolher os peregrinos e não o podermos fazer é motivo de grande tristeza; mas esta decisão é igualmente um ato de responsabilidade para com os peregrinos, defendendo a sua saúde e o seu bem-estar”, considera.

A quem tinha intenção de este ano se deslocar ao santuário, o padre pede que faça esta peregrinação “pelo coração” e acompanhe a transmissão das celebrações através dos meios de comunicação social, da internet e das redes sociais.

As celebrações decorrerão no recinto, mas este estará encerrado devido às regras sanitárias definidas pelo Governo no contexto da declaração do Estado de Calamidade pública, em articulação com a Conferência Episcopal Portuguesa, e que impedem as celebrações religiosas com a presença de fiéis.

Atendendo a esta impossibilidade de deslocação à Cova da Iria, o reitor desafia os peregrinos a fazerem um caminho espiritual, apresentando-lhes uma proposta concreta de oração para cada dia.

“Não podemos contar com a vossa presença física, mas gostaríamos de poder contar convosco. Porque não se peregrina só com os pés, mas também com o coração, propomos-vos que façais connosco uma peregrinação pelo coração”, sublinha.

A proposta passa por uma “peregrinação por etapas”, entre hoje e dia 13, na qual “o caminho não é físico, mas interior”, sendo os peregrinos desafiados a acenderem, todos os dias, nas janelas de suas casas, uma vela, o que é considerado “um dos atos mais icónicos de Fátima”.

“Que, em cada dia, cada um faça um momento de reflexão e oração, de acordo com as propostas que disponibilizaremos; e que, em cada noite, acenda à janela uma vela, até à procissão de velas do dia 12. Faremos, assim, uma bela procissão de velas, difundida por todos os lugares onde viveis e vos encontrais”, apela.

Entre a tarde do dia 12 e o fim da manhã do dia 13 não será permitido o acesso dos peregrinos a qualquer espaço do santuário.

“Tomar agora esta decisão dolorosa significa procurar criar condições para podermos retomar, o mais rapidamente possível, as peregrinações a este lugar”, realça Carlos Cabecinhas.

As celebrações com a presença física de peregrinos na Cova da Iria e em todas as igrejas portuguesas só serão retomadas no dia 30.

Até lá, o santuário retomará a sua atividade, reabrindo, já a partir de hoje, os locais de culto, para visita e oração, mas sem celebrações comunitárias e sem a presença física de peregrinos.

Também o edifício da reitoria retomará a sua atividade, tal como as unidades comerciais. Os espaços museológicos abrem ao público a partir do dia 19.

De forma a tornar os espaços do santuário acessíveis, a instituição adotou medidas quer para os colaboradores quer para os peregrinos, como o uso de máscara em espaços fechados, a lavagem frequente das mãos, a manutenção do distanciamento físico e a monitorização dos acessos aos espaços fechados (basílicas, capelas e espaços comerciais).

Cerimónias são as que bom senso aconselham, diz Presidente da República

O Presidente da República considera por sua vez que as “cerimónias que a Igreja escolheu” para assinalar o 13 de maio “são as que o bom senso e as medidas sanitárias aconselham” a propósito da covid-19.

“Sou o primeiro a sentir a falta de eucaristias, procissões, festas tradicionais. Mas isso por um valor maior: o direito à vida e à saúde. Isso aplica-se exatamente ao 13 de Maio”, declarou hoje Marcelo Rebelo de Sousa, falando à Rádio Montanha, da ilha açoriana do Pico.

O chefe de Estado agradeceu a todas as igrejas e confissões o papel responsável na adoção de medidas para atenuar as concentrações de pessoas em plena pandemia de covid-19.

Sobre o 13 de Maio e as tradicionais celebrações em Fátima, o Presidente da República lembrou que este é um fenómeno de “centenas de milhares de pessoas”.

“Todos nós temos a noção de que em meados de maio ter este número de pessoas em peregrinação era de facto o contrário do que a Igreja tem defendido e bem, a salvaguarda do direito à vida e à saúde”, disse ainda na entrevista à rádio picarota.

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