A Câmara das Caldas da Rainha vai prolongar até setembro as medidas de apoio a famílias e empresas no âmbito da pandemia da covid-19, cujos casos positivos estão a aumentar no concelho, divulgou a autarquia.
O presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Tinta Ferreira (PSD), anunciou nesta sexta-feira, dia 5, a decisão de “estender por mais três meses as diversas medidas de apoio” a famílias e empresas, inicialmente definidas para vigorar até ao dia 30 de junho.
Até 30 de setembro, a câmara irá manter “a redução na fatura da água para as famílias economicamente mais afetadas e, para as empresas que tenham tido quebra nas receitas “a isenção completa do pagamento de tarifas”, informou o autarca, num comunicado à população.
As empresas ficarão ainda isentas do pagamento de diversas taxas do comércio, entre as quais “as relacionadas com a ocupação do espaço público, incluindo esplanadas, quiosques e publicidade”.
Entre as medidas prolongadas contam-se ainda a isenção do pagamento mensal das tarifas dos lugares de estacionamento nos parques subterrâneos “para as empresas que se encontrem encerradas ou que tenham uma perca de faturação de 40% ou mais”, disse Tinta Ferreira.
A câmara anunciou ainda “um reforço do Fundo de Emergência Social para ajudar as pessoas que não tenham condições de assumir as suas despesas essenciais” no concelho, que nos últimos dias ”tem registado um aumento de novos casos”.
De acordo com o boletim de situação epidemiológica divulgado pela OesteCim até ao dia de ontem, o concelho das Caldas da Rainha registava 47 casos confirmados, dos quais 15 ativos e 29 recuperados, tendo ainda registado três óbitos.
O aumento de sete casos nos primeiros dias do mês estão relacionados, segundo o presidente, “sobretudo com contextos de atividade profissional”, sendo “maioritariamente ‘casos importados’”, cujo contágio terá ocorrido “em locais onde a atividade profissional se desenvolve, fora do concelho, ou através de pessoas de fora que vêm trabalhar para cá”.
A agência Lusa confirmou junto das autoridades de saúde que um dos exemplos se prende com uma empresa de construção, sediada fora do concelho, mas com 133 trabalhadores (incluindo de firmas subcontratadas) a trabalhar na construção de uma urbanização nas Caldas da Rainha.
A obra encontra-se parada por determinação da autoridade de saúde, depois de dois trabalhadores terem testado positivo para a covid-19.
A diretora do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, Ana Pisco, disse à Lusa que “os testes aos 133 trabalhadores foram concluídos na quinta-feira”, devendo os resultados ser conhecidos até segunda-feira.
Outra situação prende-se com a central fruteira ‘O Melro’, no concelho do Bombarral, onde foram detetados 11 trabalhadores infetados por covid-19, estando as autoridades de saúde a realizar testes a todos os 293 funcionários.
Destes 11, “três residem nas Caldas e entre os trabalhadores que aguardam resultados há vários a residir neste concelho”, explicou Tinta Ferreira à Lusa, admitindo como “provável que o número de casos suba nos próximos dias”.
Dada a recente reabertura “condicionada” de edifícios públicos, mercados, jardins-de-infância, empresas e estabelecimentos comerciais, o autarca sublinhou no comunicado a necessidade de “não esquecer a responsabilidade individual e social, dentro e fora dos locais de trabalho e em todos os momentos de vivência social”, para prevenir o contágio e a importação de casos positivos.