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Pedrógão Grande

Governo diz que “tudo mudou” desde Pedrógão, PSD faz “crónica do que não foi feito”

Deputados do PSD afirmam que “falta honrar a memória das vítimas com a garantia de que não voltará a acontecer uma tragédia como a de Pedrógão Grande”.

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, defendeu hoje que “tudo mudou” desde os grandes incêndios de Pedrógão, depois de o PSD enumerar as “faltas” do executivo, numa “crónica do que não foi feito”.

No arranque do debate parlamentar de atualidade, requerido pelo PSD, sobre o tema “Pedrógão Grande três anos depois” dos grandes incêndios de 2017, a deputada do PSD Emília Cerqueira admitiu que o Governo produziu “variadíssima legislação” e que “muito foi feito” na reconstrução de património.

“Mas a realidade supera qualquer cenário de ficção que o Governo queira embandeirar e, hoje, o que aqui tem de ser contado é a crónica do que não foi feito”, disse.

Para a bancada social-democrata, “falta pôr em curso uma mudança estrutural da floresta”, “falta a interoperabilidade entre entidades”, “falta o prometido cadastro florestal” e a “garantia de transparência na aplicação dos donativos da sociedade civil” nesta região.

“Falta honrar a memória das vítimas com a garantia de que não voltará a acontecer uma tragédia como a de Pedrógão Grande”, defendeu.

Na resposta, o ministro do Ambiente e da Transição Energética defendeu que desde 2017 “muito foi feito” no âmbito da reorganização da floresta e da proteção das infraestruturas, lamentando que não seja possível devolver a vida a quem a perdeu nesse grande incêndio.

“Tudo mudou na proteção às infraestruturas e na redução de risco de incêndio”, contrapôs o ministro, acrescentando que já foram instaladas 50% da Faixas de Interrupção de Combustível previstas para este ano e reabilitados mil quilómetros de ribeiras.

João Matos Fernandes apontou ainda a aquisição de 12 drones “para cobrir todo o território nacional” ou a coordenação pela GNR dos cerca de “sete mil homens das diversas forças” no terreno.

O ministro do Ambiente apontou como essencial a aprovação do Programa de Transformação da Paisagem e reiterou o objetivo traçado pelo executivo.

“A nossa intenção é reduzir para metade a área ardida do país, intervindo – e transformando – um quinto do nosso território. É isso que queremos fazer com os 20 planos de paisagem cuja elaboração já começou. O de Monchique e Silves está concluído. Os da Sertã, Mação, Vila Rei, Proença e Oleiros encontram-se em concurso, valendo a pena salientar aqui a grande adesão das autarquias aos projetos”, apontou.

Em 17 de junho de 2017, deflagrou em Pedrógão Grande um incêndio florestal, que depois alastrou aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Ansião, Sertã, Pampilhosa da Serra e Penela, que fez 66 mortos e 254 feridos.

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