O Município da Marinha Grande e a Associação Novo Olhar II estabeleceram uma parceria para darem teto provisório a pessoas sem-abrigo no concelho, disponibilizando uma casa com lotação para seis pessoas.
O presidente da Associação Novo Olhar II, Carlo Melo, explicou à agência Lusa que os dois primeiros cidadãos em situação de “extrema pobreza” já deram entrada na Casa 22, espaço cedido pela autarquia, localizado no Bairro do Camarnal, com lotação máxima de seis pessoas.
“Temos muitas situações de miséria humana e algumas destas pessoas vivem em casas, mas são habitações abandonadas, cheias de lixo. Outros dormem em carros. Ver estas situações causava-nos um vazio em termos de intervenção”, confessou.
Considerando que esta resposta “justificava-se”, este responsável tem vindo a insistir junto da Câmara da Marinha Grande por uma solução.
“Agora, foi possível, graças ao impulso do nosso Presidente da República, que tem dado ênfase a esta tónica, e à sensibilidade da vereadora e da presidente da autarquia”, revelou Carlo Melo.
O presidente da Novo Olhar II revelou que os dois primeiros sem-abrigo já estão a viver na nova casa, que foi decorada para ser “confortável”.
“A ideia é ser um espaço de passagem. Iremos trabalhar a pessoa a todos os níveis e ajudá-la a reintegrar-se. Vamos estabelecer um prazo, que será reavaliado, e dar-lhes ‘skills’ [competências] e condições básicas que um ser humano deve ter. Eles terão de assumir as suas responsabilidades, como a limpeza da casa”, refere.
Carlo Melo revelou ainda que a associação tem identificados 25 casos de sem-abrigo, “dentro das normas estabelecidas pelo Estado”.
“Se formos a contar as comunidades nómadas, tenho mais 100”.
Uma nota do Município da Marinha Grande adianta que o “Projeto de Apoio Social a Pessoas Sem-Abrigo – Casa 22” resulta de uma parceria entre a Câmara da Marinha Grande e a Associação Novo Olhar II, “para prestação de apoio social a pessoas sem-abrigo, com vista à melhoria das suas condições de vida, bem como o início do processo de inserção/reinserção social e o acompanhamento técnico dos utentes”.
Citada na nota de imprensa, a vereadora da Ação Social, Célia Guerra, considerou que este projeto irá desenvolver “um trabalho de capacitação, educação, formação e inserção profissional e acesso a cuidados de saúde, com vista à dignificação e reintegração social dessas pessoas”.
“Para garantirmos as condições de conforto aos eventuais utentes, o Município e a Novo Olhar II realizaram obras de manutenção e conservação, bem como um trabalho dedicado de decoração e embelezamento do espaço”, acrescentou Célia Guerra.
A vereadora socialista acrescentou que “este projeto resulta também do forte envolvimento da Associação Novo Olhar II, que é um parceiro imprescindível na concretização deste nobre objetivo de se assegurar condições dignas a pessoas sem-abrigo, durante o processo da sua reabilitação”.