As edições de 2020 dos circuitos mundiais de surf foram hoje canceladas, devido à pandemia de covid-19, tendo a Liga Mundial de Surf (WSL) divulgado já o calendário para 2021, que inclui a etapa de Peniche, em fevereiro.
“Após uma análise cuidadosa e extensas discussões com as principais partes interessadas, tomámos a decisão de cancelar a temporada do Championship Tour (CT) e Qualifying Series (QS) devido à pandemia de covid-19”, afirmou o diretor executivo da WSL, Erik Logan.
O circuito principal contava com a presença do português Frederico Morais, pela segunda vez, e com a passagem pela praia de Supertubos, em Peniche, que integra o calendário para 2021, com a segunda etapa, a primeira e única na Europa, entre 18 e 28 de fevereiro.
“Para Portugal temos a garantia que, em fevereiro, a probabilidade de existirem ondas excecionais na costa portuguesa, aumenta significativamente. De Sagres a Viana do Castelo temos ondulações espetaculares nessa altura”, referiu Francisco Spínola, responsável pela WSL para Europa, África e Médio Oriente, realçando que, para o Turismo de Portugal, principal parceiro, promove “um novo período de foco, com milhares de visitantes, mas com uma amplificação digital muito significativa”.
Francisco Spínola afirmou que “Portugal será o epicentro do surf mundial, desta vez em fevereiro”.
“No fundo é replicar o que temos vindo a fazer em outubro, em Peniche. Se conseguirmos transpor esta visibilidade para fevereiro é mais um impulso significativo no Turismo e na economia, no continuo esforço de quebrar a sazonalidade”, frisou o português.
As primeiras seis etapas, de um total de 11, do circuito mundial já tinham sido adiadas, mas a WSL optou por cancelar as restantes provas, entre as quais o MEO Rip Curl Pro Portugal, previsto para o período entre 14 e 25 de outubro, que integrava ainda o circuito feminino.
“Embora acreditemos firmemente que o surf é um dos desportos mais adequados para a competição ser realizada em segurança durante a era de covid-19, temos um enorme respeito pelas preocupações contínuas de muitos na nossa comunidade, à medida que o mundo trabalha para resolver esta situação”, frisou Logan, em vídeo partilhado nas plataformas oficiais da WSL.
Em 2020, as ondas portuguesas iriam ainda receber quatro etapas do circuito de qualificação: Caparica Surf Fest Pro, na Costa de Caparica, Pro Santa Cruz, em Torres Vedras, Azores Airlines Pro, em São Miguel, nos Açores, e EDP Billagong Pro, na Ericeira.
Com este cancelamento, a WSL prevê antecipar o arranque dos circuitos do próximo ano, ainda em 2020, no Havai, com uma etapa feminina, em novembro, em Maui, e uma masculina, em Oahu, ambas ainda sujeitas a aprovação pelos responsáveis locais.
Depois, segue-se um novo formato competitivo, com 10 campeonatos masculinos e femininos, culminando com a disputa dos títulos mundiais nas WSL Finals, em dezembro de 2021, para os cinco primeiros de cada ‘ranking’, em local a determinar.
Os circuitos de qualificação também vão sofrer alterações de calendário, com o QS a ser disputado até junho de 2021, servindo de apuramento para o circuito intermédio, o Challenger Series, a disputar entre agosto e dezembro.
Já para 2022, a WSL pretende restringir para metade o número de participantes nas etapas dos circuitos principais, de 36 para 18 nos homens e de 24 para 12 nas mulheres, com uma seleção a meio da temporada.
– Calendário provisório do circuito mundial de surf WSL de 2021:
1. Billabong Pipe Masters, Havai (08/12 a 20/12).
2. Meo Pro Peniche, Portugal (18/02 a 28/02).
3. Snapper Rocks, Gold Coast, Austrália (18/03 a 28/03).
4. Rip Curl Pro Bells Beach, Victoria, Austrália (01/04 a 11/04).
5. Margaret River, Austrália (16/04 a 26/04).
6. Oi Rio Pro Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil (20/05 a 29/05).
7. Surf Ranch, Lemoore, Califórnia, Estados Unidos (10/06 a 13/06).
8. Quiksilver Pro G-Land, Indonésia (20/06 a 29/06).
9. Supertubes, Jeffreys Bay, África do Sul (07/08 a 19/08).
10. Teahupo’o, Tahiti (26/08 a 06/09).
Finals, local a determinar (08/12 a 16/12).