O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses voltou a reclamar hoje o descongelamento da progressão da carreira daqueles profissionais no Centro Hospitalar de Leiria (CHL), reivindicação que tem exigido consecutivamente ao Conselho de Administração.
“Há mais de dois anos que tentamos que sejam resolvidos os problemas relativos aos descongelamentos das progressões dos enfermeiros. A maior parte dos enfermeiros ainda não tiveram qualquer reposicionamento, apesar de tal estar previsto na lei”, adiantou o diretor regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Rui Marroni.
O dirigente sindical lamenta que o Centro Hospitalar de Leiria, que integra os hospitais de Santo André, em Leiria, Distrital de Pombal, e Bernardino Lopes de Oliveira, em Alcobaça, “pertença aquele grupo de hospitais que não fizeram esse reposicionamento” e “não contaram pontos para os enfermeiros que transitaram para o nível 15”.
“Há enfermeiros com mais de 20 anos, alguns com 24 ou 25 anos de exercício, e estão a receber exatamente o mesmo salário dos colegas que terminam o seu primeiro mês de trabalho. Com a alteração à carreira introduzida em junho de 2019, também foram criadas algumas injustiças que dizem respeito à não transição de muitos enfermeiros especialistas, que se continuam a agravar”, denunciou ainda o sindicalista.
Rui Marroni sublinhou que a concentração de oito enfermeiros, em representação dos 800 que trabalham no CHL, “é uma ação simbólica” que evitou um ajuntamento num período de pandemia.
“Esta é uma ação de denúncia, porque a população precisa de saber as condições precárias em que os enfermeiros estão a exercer”, afirmou, revelando que “há falta de enfermeiros nos serviços”.
“Também reivindicamos mais contratações e com vínculos definitivos, até porque os enfermeiros já eram necessários antes da pandemia. Com a pandemia, veio a verificar-se que são muito poucos para dar resposta às necessidades da população. Aquilo que pretendemos é que exista bom senso da parte da administração, no sentido de resolver os problemas”, sublinhou.
Para o dirigente sindical, este não é o momento de entrar em conflito, nem “ir para a luta”, numa fase em que há um “combate fundamental a travar, que é o combate à pandemia”.
Rui Marroni adiantou que a última resposta que chegou do Conselho de Administração do CHL foi em meados de junho. “Aquilo em que se escudam é que o Governo não autoriza, mas outras administrações assumiram as suas decisões com a sua autonomia. Temos o caso do Centro Hospitalar do Oeste, que já tem essas situações corrigidas, onde os enfermeiros especialistas foram reposicionados na categoria. Há mais de dois anos que o CA não está a pagar estes reposicionamentos que são devidos aos enfermeiros”.
O dirigente sindical reforça que, apesar disso desta situação, “os enfermeiros estão na linha da frente, abnegados, decididos e determinados no combate à pandemia”.
Rui Marroni pretende ainda que haja “uma reunião presencial ou por teleconferência”, que “permita colocar as questões e ouvir da administração se tem algum plano para a resolução destes problemas”.
“De outra forma teremos de continuar a agitar e a denunciar estas matérias e a deixar mal vista esta administração que tem autonomia gestionária para resolver os problemas e não os quer resolver”, rematou.